Cultura: Quadrilhas mirins dão show na arena e mantém tradição junina acesa
O festejo junino é uma das festas mais tradicionais de Marabá. E no que depender da criançada essa tradição cultural será mantida. As quadrilhas mirins são um espetáculo a parte durante o 34º Festejo Junino de Marabá. Ao todo sete juninas mirins se apresentarão nessa edição do festejo. Número que tem crescido nos últimos anos. Em 2017 houve apenas duas apresentações infantis, já em 2018 foram quatro. A Junina mais tradicional de Marabá, a Fogo no Rabo, foi uma das que voltou a contar com apresentações infantis. E esse ano abrilhantou a arena homenageando a Turma do Balão Mágico.
A coreógrafa e marcadora da Fogo no Rabo Mirim, Maria Eduarda, destaca o interesse das juninas em preservarem a tradição por meio das crianças. “O que dará continuidade a isso são essas crianças. Daqui cinco ou seis anos são esses ‘foguinhos’ que estarão abrilhantando o São João. É um amor enorme fazer parte disso. Trabalhar para essas crianças”, comenta emocionada.
A coordenadora da Mirim da Fogo no Rabo, Clarisse Dias conta que a junina tem um papel primordial para evitar o contado das crianças com o mundo das drogas. “Envolvemos eles no mundo da cultura, afastamos das drogas, violência e marginalidade. Sempre procuramos trabalhar a parte religiosa educacional, frequência nos colégios, tudo”, destaca. Todas as 56 crianças, que compõem os 28 pares de dança da Fogo no Rabo, são filhos de pessoas da comunidade.
E também temos juninas novas aparecendo. É o caso da Rei do Sertão, que em uma parceria com a Escola Professora Maria Luíza de Oliveira, voltou a participar esse ano das apresentações infantis. Foram selecionados 32 alunos do 5º ano, que participaram pela primeira vez do festejo, logo no primeiro dia de apresentações, com o tema “O Colorido do São João, Brilha na Rei do Sertão”. Elias Celestino dos Santos, gestor da escola Professora, conta que a empolgação das crianças e dos adultos foi grande.
“Nós que somos ativistas culturais amamos esse movimento não importa aonde estejamos. O importante é fazermos parte da historia É o primeiro ano deles, nunca haviam vindo. A euforia é visível pelo envolvimento deles. O objetivo é fomentar a cultura no campo da dança. É manter vivas essas tradições das quadras juninas e danças regionais”, relatou.
Crianças animadas
“Estou nervosíssima”, assim Kelly da Silva Silva, 10 anos, se definiu antes de entrar na arena para dançar como noiva da Rei do Sertão Mirim. Ela conta que aceitou o convite da escola para desfilar e que é um momento muito especial. “Primeira vez, a emoção está muito grande, nunca me apresentei na frente de todo mundo antes”, frisou.
Com um pouco mais de experiência, Emelly Ropkwyi, 13 anos, garante que não ficou nervosa. “Foi lindo, maravilhoso, conseguimos-nos a apresentar bem, sem preocupação. Só fico nervosa até passar da cortina, depois passa”, garantindo que nunca abandonará os festejos. “Acho muito legal, nos divertimos, nos descontraímos, fazemos amizades. Pretendo levar par vida toda, continuar dançando até passar para Fogo no Rabo adulta”, completa.
Welkissiane Maria Mavigner, 13 anos, também prometeu levar a tradição adiante. “Eu vou ficar com a Fogo no Rabo para sempre, além da minha junina, também é minha família. Eu dei o meu melhor e acho que toda quadrilha arrebentou. Muita emoção, o coração fica apertado demais”, conclui
Texto: Osvaldo Henriques
Fotos: Jordão Nunes