Covid-19: Comitê de enfrentamento reúne com Ministério Público Federal
Integrantes do Comitê de Crise para Enfrentamento ao novo Coronavírus, se reuniram nesta segunda-feira (6), no auditório do gabinete da Prefeitura de Marabá para discutir com procuradores do Ministério Público Federal, via vídeo conferência, sobre a possibilidade da flexibilização para abertura do comércio em Marabá.
A reunião foi dirigida pelo secretário municipal de Saúde e coordenador do Comitê de Crise, Luciano Lopes Dias. Em sua fala de abertura, o coordenador ressaltou a importância da participação dos diretores das entidades que representam empresários, comerciantes e comerciários e órgãos públicos, tanto da esfera municipal quanto estadual e federal.
“Nós discutimos com o prefeito e tornamos a discutir com os membros do Comitê para falar sobre a flexibilização do último decreto e agora com a expiração nesta semana decidimos convida-los para essa reunião para tentar criar um consenso e um entendimento para analisar a atual situação com a proposta de voltarmos a normalidade ou frearmos ainda mais com o isolamento social”, disse Dr Luciano Lopes Dias.
Raimundo Júnior, presidente da ACIM – Associação Comercial e Industrial de Marabá, destacou que os empresários já sofrem com os 20 dias do comércio fechado e os comerciantes e empresários somando suas consequências econômicas, “Tivemos poucos casos de desligamentos e seguramos ao máximo seus colaboradores, entretanto, a maioria são pequenos e médios empresários e essas empresas não tem como se manter sem a abertura do comércio. Estamos num futuro incerto diante da atual situação, estamos preocupados com a própria situação alimentar dos profissionais de vários setores da economia informal”, disse Raimundo Júnior.
Raimundo Neto, vice-presidente do Sindicom – Sindicato do Comércio de Marabá, reafirmou a ideia da flexibilização do comércio como forma de movimentar a economia do município, “tudo que já foi recomendado procuramos atender. Em relação ao comércio somos formados por pequenas e médias empresas e não podemos esperar, pois temos uma folha de pagamento, estamos na semana santa e muitas lojas se prepararam para a data e agora há que somar os prejuízos”, disse Raimundo Neto.
Os procuradores do Ministério Público Federal, Dr. Gustavo, e Dr. Adriano Lanna, acompanharam o desenvolvimento dos comentários dos integrantes do Comitê de Crise e suas implicações diretas com o atual cenário econômico da região e suas consequências com os decretos, tanto da esfera estadual quanto a do governo federal que recomenda o isolamento social como forma de prevenir o contágio pelo Coronavirus.
De acordo com Halmenschlager, procurador do MPF, há uma preocupação real com a possibilidade de vir a acontecer um surto do Coronavirus caso não se cumpra os decretos que orientam para o isolamento social.
“O grande problema é que não podemos ter um surto de Coronavirus aqui no município. Havendo um surto o impacto econômico seria muito maior. Se hoje estamos bem, isso se deve a política de isolamento. Nós não temos um número real de infectados. Acho temerário, neste momento, qualquer ação com objetivo de expor as pessoas a algum risco”, disse Dr. Gustavo Halmenschlager, MPF.
Para o Dr. Adriano Lanna, MPF, a grande preocupação neste momento é com um provável surto do Coronavirus e a estrutura de saúde não vir a atender a demanda que deve originar. “Nós não temos a estrutura necessária de saúde caso ocorra um eventual surto e quais seriam os limites da competência do município”, conclui.
Na continuidade da reunião no período da tarde a discussão foi ampliada com representante das forças de segurança do município para discutir sobre as deliberações para construção de um novo decreto que libera o retorno do comércio, porém com mais rigidez na recomendações de higiene.
Texto: Victor Haôr
Fotos: Sérgio Barros