COVID-19: Marabá alcança marca de 67,61% da população vacinada com a 1ª dose
“Quanto mais pessoas forem vacinadas, maior será a redução do número de casos e de mortes. E com isso, poderemos, aos poucos, ir voltando a vida ao normal”, Harbi Othman, infectologista da Prefeitura.
Sete meses após a primeira pessoa em Marabá receber a 1ª dose da vacina COVID-19, que foi agente de serviços gerais Rosinalva Nunes de Castro, o município chega, na manhã desta quarta-feira (25), a marca de 121.034 pessoas vacinadas com a primeira dose (D1) e 26.828 com a segunda dose (D2). Na quarta e quinta-feira (24 e 25), a campanha de vacinação promove a 3ª chamada para pessoas acima dos 18 anos.
Fazendo um cálculo simples, de acordo com os dados do panorama de Marabá, realizado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) de 2020 e ainda estatísticas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), no município há cerca de 179 mil pessoas com mais de 16 anos, o que representa 67,61% da população vacinada com a primeira dose.
Para a diretora do Departamento de Atenção Básica de Saúde, enfermeira Mônica Borchat, que acompanha desde o início o processo de vacinação da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), ao pensar no quantitativo de 121.034 pessoas imunizadas com a D1, enxerga-se um avanço no processo de vacinação e ainda valorização da importância do imunizante. “A gente fica feliz vendo o jovem vacinando, e precisa atingir esse número com a 2ª dose, trabalhando a conscientização desse retorno. A gente aguarda também a liberação para menores de 18 anos, por nota técnica do Ministério da Saúde”, diz a diretora do DAB, acrescentando que, a avaliação desde a 1ª vacinada até aqui é que a cidade atravessa o processo de conscientização.
Ainda segundo a enfermeira, durante a aplicação das primeiras doses, as pessoas eram temerosas, tinham medo do desconhecido. “Íamos atrás e consciencializávamos sobre o processo, hoje a demanda é mais livre. Os idosos, os profissionais de saúde de linha de frente ficavam na dúvida e atualmente essa dúvida foi sanada”, explica.
O aumento no número de imunizados reflete diretamente no número de mortes, à medida que a SMS vacina, menos a patologia se agrava. Em consequência disso, os hospitais não estão mais afogados. “Precisamos avançar e chegar aos 100% desse número de vacinação”, avalia Mônica Borchat.
O Boletim do Coronavirus do município, que mostra o quadro de covid-19 no município, do dia 24 de agosto, aponta 19.565 casos confirmados, 19.006 pacientes recuperados e 456 óbitos. Quanto ao número de leitos de UTI ocupados exclusivos COVID-19, são 14 de 20, sendo 10 pessoas de Marabá e ainda quatro de outras cidades, cinco dos 15 leitos de UTI ocupados e ainda sete dos 20 leitos de enfermaria ocupados exclusivos covid-19, representando significativa diminuição. Em comparação ao Boletim do dia 1º janeiro deste ano, o número de leitos de UTI ocupados exclusivos COVID-19 era de 21 dos 28 disponíveis, representando 75% dos hospitais públicos, sendo 13 de outras cidades e oito de Marabá, o número de leitos de enfermaria ocupados exclusivos covid-19 era 11 de 36.
O infectogista da Prefeitura de Marabá, Harbi Amjad Nabih Othman, lembra que as vacinas reduzem muito a chance de a pessoa vacinada ficar doente, porém esse risco não é nulo. “É importante ressaltar que as vacinas não evitam 100% das contaminações, mas reduzem significativamente os casos da doença e, nos casos em que mesmo vacinado, a pessoa adoece, a vacina confere proteção, reduzindo significativamente a gravidade da doença. Portanto, sem dúvida nenhuma, as vacinas são eficazes”, declara.
Harbi Othman ressalta ainda que mesmo com o aumento dos vacinados, quanto mais o coronavirus estiver circulando, maior será o número de vacinados que ainda podem se infectar. “Por isso, mesmo que você já tenha se vacinado, é essencial continuar com as medidas de proteção. Lembrem-se, vacinas são estratégias de saúde coletiva e não apenas uma proteção individual. Portanto, ao se vacinar, você não está protegendo apenas a si mesmo, mas sim todas as pessoas ao seu redor. Quanto mais pessoas forem vacinadas, maior será a redução do número de casos e de mortes. E com isso, poderemos, aos poucos, ir voltando a vida ao normal”, destaca o infectologista.
Conforme o infectologista, a segunda dose é essencial para completar o esquema vacinal. “Devemos considerar também o número de vacinados com a primeira dose, que já tem sua importância, diminuindo o risco de desenvolver a doença e também reduz a chance de doença grave e eventualmente o óbito. Entretanto, a maioria dos estudos iniciais, sugeria um controle da doença quando aproximadamente 70% da população estivesse com esquema vacinal completo e em um cenário onde medidas de isolamento, uso de máscaras e lavagem das mãos fosse adequadamente respeitados”, alerta o médico, levando em consideração novos estudos e surgimento de todas as novas variantes.
O infectologista finaliza reiterando ser fundamental que a população se conscientize que a vacina traz proteção para a pessoa vacinada e todos ao seu redor. Lembrando que a vacinação para aplicação da segunda dose está prevista para os dias 02 e 03 de setembro, no Carajás Centro de Convenções.
Texto: Emilly Coelho
Fotos: Arquivo