FCCM: Núcleo de Arqueologia realiza pesquisas de campo, datação de sítios e restauração de peças arqueológicas
Marabá possui 114 sítios arqueológicos documentados. Um dos mais próximos é o sítio arqueológico São José, ele foi identificado no final dos anos 1970, 1980 e fica localizado abaixo da ponte do Rio Itacaiúnas, próximo ao DNIT. O sítio tem datação de 1500 anos, ou seja, quando os europeus chegaram no Brasil, já existia povos que habitavam a margem do Rio Itacaiúnas.
Muitos dos outros sítios que circundam a região ainda não possuem uma datação definida. Esse é um dos trabalhos que o Núcleo de Arqueologia da Fundação Casa da Cultura (FCCM) executa. “Há um projeto, queremos fazer a datação desses outros sítios, acredito que tenha gente que tenha vivido aqui antes de Cristo. Ocupações mais antigas, antes do ano 0 (antes de Cristo), que nos ajudem a entender um pouco mais a ocupação de Marabá”, explica Marlon Prado, Coordenador do Núcleo de Arqueologia, Etnologia e Educação Patrimonial.
Recentemente foi datado sítio arqueológico, no município de Parauapebas, em uma caverna, de mais de 11 mil anos, um dos mais antigos da região. As datações mais antigas anteriormente beiravam de 98 a 9 mil anos. A equipe da FCCM coletou um carvão de uma estrutura de fogueira. A peça foi identificada e mandada ao Beta Analytic, laboratório da Flórida, Estados Unidos, e foi confirmada a datação. “É um sítio da época dos caçadores coletores que não tinham ainda a técnica da cerâmica, utilizavam a técnica de trabalhar em artefatos de rochas. Não tinham agricultura, viviam apenas da caça e da coleta”, comenta.
Pesquisas de campo e restauração
O Núcleo também está sempre realizando pesquisas de campo e a prospecção de novos sítios. Atualmente há uma equipe em Canaã dos Carajás, com um Projeto da Vale, fazendo trabalho de consultoria arqueológica. Outro trabalho executado é a restauração de peças arqueológicas. Quando um material chega ao laboratório, ele costuma chegar fragmentado. “Um técnico de arqueologia, com um olhar treinado pega as peças e monta, como se fosse um quebra-cabeça”.
O Núcleo de Arqueologia existe desde a fundação da FCCM, mas ganhou uma estrutura nova e mais ampla em dezembro de 2019. Com novos laboratórios , reserva técnica, salas mais ampliadas para atender pesquisas internas. O espaço mais moderno conta sistema de arquivos deslizantes, esteiras modernas para guarda de material de reserva técnica.
“Otimiza o espaço. Agiliza o trabalho e acesso aos arquivos, dá uma segurança maior. Agora temos bancada de análise, de lavagem para fazer toda curadoria do material arqueológico. Triagem, numeração, analise técnico morfológico e outros trabalhos”, completa Marlon.
Texto: Osvaldo Henriques
Fotos: Divulgação FCCM