Na manhã desta quinta-feira, 07, no Teatro Municipal Eduardo Abdelnor, aconteceu a abertura da Campanha Agosto Lilás de enfrentamento da violência contra a mulher, com a presença de representantes de toda a rede de proteção à mulher no município e população em geral. A data foi escolhida por ser aniversário da Lei Maria da Penha que completou 19 anos de sanção. 

A coordenadora da Coordenadoria Especial de Políticas Públicas para a Mulher (CEPPM) da Secretaria Municipal de Assistência Social, Proteção e Assuntos Comunitários (Seaspac), Sueli Lara, afirma que todas as instituições vão se unir ainda mais para sensibilizar as pessoas e levar informações para todos. 

“Todas as instituições governamentais, não governamentais, municípios, Estado, Federação, todos os órgãos e todas as instituições vão estar unidas para conscientizar, para sensibilizar e para levar essa informação. Todos esses órgãos que tratam exatamente do enfrentamento à violência à mulher vão passar essas informações e estaremos juntas buscando políticas que possam, além de combater, que verdadeiramente as pessoas se conscientizem de onde elas podem buscar a proteção. Nessa manhã está sendo dado o pontapé inicial contra a violência doméstica e familiar da mulher e nós estamos aqui para isso como coordenadoria da mulher”, informa Sueli. 

Elimara Moura, Promotora de Justiça da 3ª Promotoria Criminal de Marabá é uma das representantes do Judiciário que participou da mesa de honra. Ela atende casos de violência doméstica e familiar contra a mulher e relata que esses eventos são importantes para conscientização quantos aos direitos da mulher.

“Geralmente são crimes de lesão corporal, ameaça, bem como também temos um trabalho extrajudicial, que é esse trabalho preventivo, que é comparecer a eventos, fazer palestras, conversar com as mulheres, com os homens também, que são os responsáveis, na verdade, por todo esse movimento feminino. A sociedade conta com grandes conquistas, mas ainda temos um caminho longo para percorrer. Então eventos como esse são muito importantes para falar sobre os direitos, para falar dados, como está a violência contra a mulher hoje no Brasil, na cidade de Marabá e o que ainda podemos fazer para melhorar esses indicadores”, argumenta. 

Um dos órgãos que faz parte da rede de enfrentamento à violência contra a Mulher é o Centro de Referência de Atendimento à Mulher (CRAM), que é o equipamento na Prefeitura de Marabá para atender às mulheres vítimas de violência e as encaminha aos atendimentos médicos, psicológicos, jurídicos e sociais. Francisca Danielle é a coordenadora do centro e estava no evento para divulgar o trabalho da equipe. Ela dá um recado importante para todas as mulheres.  

“Você que sofre violência, nós temos uma equipe multidisciplinar para te atender. Você não vai ter problema nenhum. Você não vai ser exposta, é para te empoderar para te ajudar. Nós encaminhamos as mulheres para que tenham saúde mental. As mulheres que se sintam violentadas, façam uma visita. Estamos dentro da Coordenadoria da Mulher na Folha 31”, informa Francisca. 

O CRAM recebe demandas do ParaPaz, da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), do Hospital Municipal (HMM), Unidades Básicas de Saúde (UBS), além de demandas espontâneas, quando são procuradas pelas próprias vítimas.
“Nós temos uma equipe multidisciplinar com assistente social, advogado e psicólogo. A mulher recebe o primeiro acolhimento com assistente social e psicóloga, e se foi identificado por essas técnicas que ela precisa de um apoio jurídico, ela é encaminhada à advogada. E quando ela vem da rede, ela já vem com todo o relatório, a fim de que ela não sofra nenhum tipo de vitimização”.

Uma das participantes, a assistente social Carmen Lúcia Martins, atende no Cras Morada Nova e afirma que a política de proteção à mulher está de parabéns por já ter alcançado muitos avanços e o evento ajuda profissionais como ela a se atualizar cada vez mais. 

“As leis estão cada vez mais atualizadas e lá na ponta a gente precisa estar preparado para atender nossas mulheres com eficiência, com eficácia. Como o Cras trabalha a proteção social básica, quando chegam essas mulheres que já sofreram violência, a gente faz a acolhida e encaminha para os órgãos competentes como Creas, Deam e passa aquela força de que a mulher realmente pode contar com a nossa rede de proteção, se sentir segura para fazer a denúncia, para prosseguir a sua vida depois desses traumas. E todo mundo trabalhando em conjunto, as mulheres se sentem cada vez mais seguras e mais fortes para lutar contra isso”, frisa a profissional. 

Texto: Fabiana Alves
Fotos: Sara Lopes