Assistência Social: Depois de 25 anos separadas, mãe e filha se reencontram com ajuda da Seaspac
Uma história com final feliz em meio à pandemia. A Eucilene Cordeiro da Silva, de 49 anos, foi encontrada em situação de abandono pelas equipes da Secretaria de Assistência Social, Proteção e Assuntos Comunitários (Seaspac) e, após mais de 25 anos, reencontrou a família, que mora em Zé Doca, no Maranhão.
Nascida na cidade maranhense de Altamira, a Eucilene foi encontrada próximo ao Residencial Magalhães, bairro São Félix, através de uma denúncia recebida pelo Plantão Social da Seaspac, no dia 18 de abril deste ano, sobre as condições precárias em que ela vivia. A equipe chegou ao local e a encontrou com limitações para se mover e realizar a higiene pessoal, devido a um Acidente Vascular Cerebral (AVC) que sofreu. Imediatamente a equipe entrou em contato com o Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua, o Centro POP, que se prontificou em realizar o acolhimento. “Chegou em uma cadeira de rodas, estava sequelada por conta do AVC”, conta Gorete Rodrigues, assistente social e coordenadora do Centro POP.
O companheiro dela sofre com tuberculose e acabou contraindo a Covid-19. No momento se encontra internado no Hospital de Campanha de Marabá. “Conversamos com ele. Eles tinham pouco tempo junto, uns dois meses, se conheceram e decidiram se juntar. Segundo ele, ela sofria violência doméstica e veio fugida de Pacajá”, conta Gorete.
Busca pela família
Eucilene nasceu em Altamira, no Maranhão, e portava todos seus documentos quando foi encontrada. A equipe começou então a realizar uma busca pelo Cadastro Único, nas cidades que havia no sistema, São Domingos – MA e Sobradinho – BA. “Procurei a assistência social dos municípios, mas não tive êxito. Ao entrar em contato com essas cidades, as colegas do serviço social falaram que se tratava de uma fraude de cadastro”, reitera Gorete.
A equipe do Centro POP passou então para o plano B, tentando contato com a cidade de Altamira, mas não foi encontrado nenhum número ativo. Foi através de uma busca pelo Google Maps que se conseguiu uma imagem com um contato de um estabelecimento comercial do local.
Após se identificar e explicar a situação, o proprietário do comércio passou número da secretaria de assistência social de Altamira, que divulgou a foto de Eucilene nas redes sociais da pequena cidade de 12 mil habitantes. Foi quando uma sobrinha reconheceu a tia e passou a a informação para a família.
A irmã de Eucilene, Maria Eunice Cordeiro da Silva, moradora de Pindaremirim, entrou então em contato. “Quero agradecer a todos vocês que cuidaram dela, porque não sei o que seria da minha irmã. Já a tínhamos como morta, mais de 25 anos que se separou da gente. Estamos muito agradecidos. Ela estava debilitada, triste e vocês acolheram e cuidaram. Nossa mãe está muito feliz”, diz Maria Eunice.
A volta para casa
Eucilene não consegue verbalizar palavras, mas entende tudo que é dito. A equipe apresentou para ela os áudios da irmã e realizou então uma chamada de vídeo de Eucilene com a mãe. “Foi muito emocionante ela vendo a mãe. Chorou e ficava girando o celular. A mãe também bastante emocionada, pessoa de mais idade”, contou Gorete.
Devido ao momento de pandemia, cuidados extas foram necessários. Na segunda-feira (22), a coordenadora do Centro POP Gorete Rodrigues e Eucilene Cordeiro realizaram testes rápidos para detecção da covid-19, antes da viagem para a presença dos seus familiares. A equipe saiu de Marabá na segunda, às 20 horas, de ônibus e a acompanhou até a casa da mãe, Antônia Cordeiro da Silva, em Zé Doca – MA.
“É um momento complicado de pandemia e a mãe dela é idosa, então tivemos que tomar vários cuidados. Mas nós a deixamos em casa, sobre os cuidados da família e de pessoas em que ela confia”, completa.
Texto: Osvaldo Henriques
Fotos: Divulgação Seaspac