Cultura: Boi Treme Terra levará a história e a tradição da agremiação para o Festejo Junino
Faltando menos de dez dias para o 37º Festejo Junino, os 125 participantes do Boi-Bumbá Treme Terra seguem nos ensaios. O histórico da agremiação que remonta a 2009, a tradição foi iniciada por José Sérgio Bandeira Teixeira e Raimundo Ferreira Barros, nas Folhas 15 e 23, na Nova Marabá, e rapidamente se consolidou como um marco na cultura local.
“O nome Treme Terra surgiu quando recebemos de presente um tambor chamado ‘Treme Terra’. Foi assim que a ideia de criar o boi nasceu”, explica Vagner Guedes, atual amo do boi, que assumiu a liderança há dois anos, mas está envolvido na produção das fantasias desde o início. Vagner destaca que este ano o grupo fará uma homenagem à história e à tradição da agremiação cultural, mostrando como tudo começou.
A apresentação será ainda mais especial, pois homenageará Manoel Viana, um dos antigos membros do boi, falecido há um ano. “Vamos contar um pouco da história do boi, como ele começou. Um resumo da história e prestar essa homenagem ao meu sogro também”, comenta Guedes.
Vagner ressalta ainda que o público pode esperar novidades este ano. “Mudamos nosso ritmo, ele vem mais coreografado e tem outras surpresas que vamos deixar para mostrar no momento, para surpreender o público”, revela.
Dos participantes são 95 dançarinos que vivem uma preparação intensa e quem coordena o batalhão das índias é a Eliene Gomes de Araújo. “Eu sou coreógrafo dos passos, organizo as índias e, junto com a outra coordenadora, preparamos muita coisa boa. A correria é grande, mas esperamos superar dentro da arena”, diz.
Eliene se envolveu com o Boi Treme Terra há dois anos, quando trouxe a filha para participar e acabou se tornando coordenadora. “Minha filha se tornou uma das destaques, ela é a rainha do folclore. A nossa expectativa está demais para esse ano, o nervosismo chegou, porque estamos próximos, mas vamos com tudo, vamos com fé, e vai dar certo”, afirma.
Entre os jovens talentos do Boi Treme Terra está Wyllana Katharina, de 14 anos, que começou a dançar no ano passado. “Desde criança eu tinha o sonho de dançar no boi. Em 2023, eu vim dançar e fui convidada a ser rainha do folclore. Foi um desafio muito grande, mas hoje me sinto honrada e muito contente de representar o boi-bumbá. Quero dar o melhor e quero ganhar”, declara.
Yasmin Ribeiro, de 16 anos, uma das índias, compartilha seu entusiasmo pelo tema deste ano, que resgata a tradição do boi. “Vamos resgatar tudo, tudo que a gente fazia antes e vamos fazer agora. O público tem que esperar muitas coisas boas porque nós vamos fazer a terra tremer”, promete.
O Boi Treme Terra é um símbolo de resistência cultural e dedicação comunitária em Marabá, trazendo consigo a história e as tradições que moldaram sua identidade ao longo dos anos. Com cada ensaio, o grupo reforça sua missão de preservar e celebrar a cultura local, prometendo muita emoção em sua apresentação.
Texto: Osvaldo Henriques
Fotos: Sávio Calvo