Para capacitar profissionais da rede municipal de saúde sobre o diagnóstico precoce da hanseníase, bem como oferecer e o acesso ao tratamento de hanseníase, Marabá recebe a Carreta Roda Hans nos dias 1º a 5 de setembro. O projeto é do Ministério da Saúde em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Sociedade Brasileira de Dermatologia e a Fundação Oswaldo Cruz.

“No primeiro dia, haverá uma capacitação para médicos e enfermeiros da atenção básica. A partir do dia 2, começam os atendimentos voltados à população. Pessoas com manchas na pele, dormência, câimbras ou formigamentos devem procurar a carreta, pois esses podem ser sinais da doença”, explicou Max Rafael, coordenador de Doenças Crônicas da SMS.

Os atendimentos vão ser realizados em frente ao estacionamento da Secretaria Municipal de Saúde, na entrada do Núcleo Cidade Nova, das 8h às 12h e das 13h às 17h, por médicos especialistas do projeto com profissionais da rede municipal. O serviço será por livre demanda, bastando apresentar documento de identificação e cartão do SUS. Mas o ideal é que você se dirija à Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próximo de sua casa e faça um agendamento.

Como a hanseníase ainda é considerada endêmica no sul e sudeste do Pará, como reitera a dermatologista e hansenóloga Dyana Melkys. “Estamos em uma região que concentra inúmeros casos, por conta da mobilidade entre Pará, Maranhão e Tocantins. A distância da capital também dificulta o acesso a serviços de referência. Por isso, treinar os profissionais locais e oferecer atendimento direto à população tem um impacto muito significativo”, afirmou.

A médica lembra que a hanseníase tem cura, mas o diagnóstico tardio ainda é um desafio. “Infelizmente, ainda encontramos muitos casos avançados. Isso aumenta a transmissão e pode deixar sequelas. O diagnóstico precoce é fundamental para interromper esse ciclo e devolver qualidade de vida ao paciente”, ressaltou.

Tratamento nas UBS

Na rede municipal, 71 pessoas fazem o tratamento contra a hanseníase diretamente nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), onde também é feito o diagnóstico, conforme explica é o enfermeiro Matheus dos Anjos Leite.

 “O diagnóstico é clínico, feito pela observação das manchas e avaliação da sensibilidade do paciente. Uma vez confirmado, o tratamento é gratuito, disponível na própria UBS, com medicação mensal supervisionada e acompanhamento de médicos e enfermeiros. Em média, dura de nove meses a um ano”, detalhou.

Para que os pacientes em tratamento pela Secretaria Municipal de Saúde não desistam do tratamento, o município garante mensalmente cestas básicas de alimentos, com a Lei Municipal nº 17.915, de 2019.

Para ele, a capacitação oferecida pelo Roda Hans será essencial para ampliar a rede de diagnóstico precoce. “A hanseníase é uma doença difícil de identificar. Se o profissional não tiver o manejo correto, o paciente pode passar anos transmitindo o bacilo sem saber. Com essa capacitação, teremos mais segurança para diagnosticar e tratar logo no início”, completou.

Serviço

Capacitação de profissionais: 1º de setembro
Atendimentos à população: 2 a 5 de setembro
Local: Estacionamento da Secretaria Municipal de Saúde
Horário: 8h às 12h e 13h às 17h
Documentos necessários: Documento de identidade e cartão do SUS

Texto: Osvaldo Henriques
Fotos: Paulo Sérgio Santos e divulgação