Saúde: De janeiro a maio, Centro Cirúrgico do HMM realizou mais de 1400 cirurgias
Referência em cirurgia para 30 municípios da região, o Centro Cirúrgico do Hospital Municipal de Marabá (HMM) realiza mais de 10 cirurgias por dia, de segunda a sexta-feira. Nesses cinco primeiros meses do ano de 2024 já contabiliza 1.468 cirurgias gerais, ortopédicas, vasculares, urológicas, bucomaxilofaciais, cabeça e pescoço, ginecológicas e dermatológicas.
Segundo a coordenadora do centro cirúrgico, Aline Alves, os pacientes que chegam ao centro cirúrgico, na maioria, são pacientes de urgência ou emergência, encaminhados do Pronto Socorro, ou seja, com casos de apendicite, traumas (toráxico, abdominal e outros) e fraturas. Ela explica ainda que existem também as cirurgias eletivas.
“Agora voltou a ter histerectomia. Estão fazendo duas cirurgias de histerectomia, às vezes até mais por semana. O médico que faz essas cirurgias é o Dr. Sérgio Marques, obstetra, ginecologista. Para que essas cirurgias ocorram, precisa ter leito na clínica. Já as cirurgias de urgência e emergência, a gente encaminha para vários setores do hospital, geralmente para a clínica cirúrgica ou outras, dependendo da gravidade do paciente”, justifica.
O encaminhamento para as cirurgias funciona da seguinte maneira: o paciente entra no hospital, passa por uma avaliação com o clínico geral e, quando há necessidade, pede a avaliação do especialista, quer seja vascular, ortopedista, cirurgião geral ou uma das outras especialidades disponíveis no HMM. Outros pacientes entram no centro cirúrgico com procura direta. Ele já chega com o encaminhamento da Secretaria de Saúde ou do Centro de Especialidades Integradas (CEI) para fazer o procedimento. Como por exemplo, os pacientes da ginecologia e da dermatologia.
Dentro das especialidades atendidas no centro cirúrgico, as que mais têm demandas são ortopedia e cirurgia geral, chegando a cerca de 70% de todas as cirurgias do hospital. Além disso, o HMM tem cirurgião vascular, urologista e nefrologista, que atende por meio de convênio.
“Ele vem a cada dois, três meses e faz um mutirão para cirurgias de fístulas. São três dias que eles ficam o dia inteiro nessa sala, geralmente sexta, sábado e domingo. E eles operam bastante, eles fazem em média 30 procedimentos”, pondera a coordenadora.
Um dos trabalhos essenciais antes, durante e depois das cirurgias, é o da equipe de enfermagem que, além de auxiliar os cirurgiões e anestesistas durante o procedimento, cuidam de todo o pós-operatório do paciente.
“Quando o paciente sai, ele vai para uma sala de recuperação da anestesia e, lá, ele é cuidado pela equipe de enfermagem. Depois ele é encaminhado para o leito e é assistido também pela equipe de enfermagem porque a partir do momento que ele vai para o leito, se for, por exemplo, leito na clínica médica ou clínica cirúrgica, o médico faz visita de manhã, dá alta ou faz adequação de medicação, mas quem cuida o tempo todo do paciente somos nós, equipe de enfermagem”, argumenta Aline.
Entre os pacientes do pós-operatório que estavam no dia da reportagem era a agente de Serviços Gerais, Rosânia Brasil. Ele passou por um procedimento cirúrgico por conta de cálculos na vesícula. “Ele disse que já precisava fazer a cirurgia porque já tinha muita pedra, a vesícula já estava cheia. Aí eles me encaminharam para a cirurgia e foi rápido, cheguei ontem aqui e já fiz a cirurgia. Daqui para o meio dia eu já vou embora. A gente tem as lutas do dia a dia e sabe que é difícil, mas com jeitinho a gente consegue tudo. Para mim foi de excelência o atendimento”, elogia.
Os pacientes que saem do centro cirúrgico, como a Rosânia, são direcionados para as clínicas pediátrica, médica ou cirúrgica, dependendo do caso. Crianças menores de 12 anos, por exemplo, são direcionadas à clínica pediátrica, onde recebem todos os cuidados como medicação, punção, alimentação, vestimenta e banho.
A coordenadora das clínicas, Amanda Daniele de Carvalho, relata que as crianças também têm o amparo da mãe que pode acompanhá-los, mas que a ministração da medicação e os curativos são feitos pelo técnico de enfermagem.
“Na clínica médica, os pacientes em pós-operatório, principalmente de drenagem de tórax, abcesso, laparotomia (cirurgia de barriga aberta) são atendidos e recebem os cuidados da equipe, tanto pelo enfermeiro, como pelos técnicos de enfermagem. Se o paciente for um paciente idoso, acamado, necessita de banho no leito. Se utilizar a sonda, é feita a dieta, por sonda nasentérica, que são instaladas pelos técnicos de enfermagem também. Na clínica cirúrgica, da mesma forma, o paciente recebe a assistência dos profissionais, tanto enfermeiros, como técnicos de enfermagem, que fazem a aferição de sinais vitais e verifica se o paciente está bem”, pontua.
A clínica cirúrgica conta com 32 leitos e quatro enfermeiros, divididos nos turnos dia e noite. Na clínica médica são 31 leitos e também dois enfermeiros de dia e dois à noite. E na clínica pediátrica são 14 leitos e um enfermeiro. Além dos enfermeiros, as clínicas com fisioterapeuta, psicólogo, assistente social e nutricionista.
“O enfermeiro é quem vai saber direcionar qual paciente precisa de uma avaliação melhor da nutricionista, da fonoaudióloga, do médico, qual paciente que eu preciso que ele dê uma atenção primeiro”, revela Amanda.
Segundo o diretor administrativo do hospital, Ricardo Emanuel Araújo, várias melhorias foram feitas no centro cirúrgico como ampliação das salas cirúrgicas e das especialidades, garantindo atendimento de pacientes de Marabá e da região.
“A gente aumentou as especialidades e consegue realizar diversos procedimentos ao mesmo tempo, o que faz com que a gente diminua a fila de espera, faça com que os nossos leitos sejam rotativos, para que o paciente demore menos tempo aqui, que ele retorne pra casa logo. E as pequenas cirurgias, às vezes, é uma retirada de sinal, são os lipomas que são tirados também aqui, tudo cirurgia geral, e os procedimentos que a gente tem de endoscopia, utilizando as salas no Hospital Municipal. Então, com esse aumento de salas, a população só tem a ganhar e o hospital abrange toda essa demanda que vem dos municípios vizinhos, e a nossa demanda do município de Marabá também”, comenta.
Texto: Fabiana Alves
Fotos: Wellen Cristina sob supervisão de Fabiana Alves