Cultura: Museu Municipal “Francisco Coelho” reúne história, cultura e tecnologia
Inaugurado na última sexta-feira, dia 07 de agosto, o Museu Municipal, instalado no prédio do Palacete Augusto Dias tem um acervo histórico e cultural rico em conteúdo e com aspectos modernos. As visitações iniciam nesta terça-feira, dia 11 de agosto
O Museu Municipal de Marabá agora já é definitivamente uma realidade. Na noite da última sexta-feira, (07), a Prefeitura inaugurou à comunidade o Museu Francisco Coelho, numa cerimônia restrita apenas a autoridades e poucos convidados, seguindo todas as normas de prevenção à Covid-19, recomendadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS). As portas do museu estarão abertas para visitação do público a partir desta terça-feira (11), das 09h às 17h, inclusive aos fins de semana.
O museu municipal está instalado no Palacete Augusto Dias, localizado na Praça Duque de Caxias, na Marabá Pioneira. O prédio histórico já é uma história viva, tombado na década de 90 e tem 81 anos de existência. A revitalização manteve as características originais do prédio, como o piso, janelas, escada, dentre outros ambientes.
O novo ambiente que une o passado e o presente impressiona pela modernidade e a tecnologia, inclusive permitindo a interação dos visitantes com a história local nos aspectos políticos, culturais, econômicos e botânicos.
Além das exposições com gigantes painéis, os visitantes podem apreciar uma linha do tempo mostrando os ciclos econômicos e políticos do município, uma caverna realista, um rio virtual com peixinhos e o holograma de um indígena, que é uma imagem tridimensional obtida a partir da projeção da luz sobre figuras bidimensionais. Após a cerimônia, a primeira visita foi realizada pelo Prefeito Sebastião Miranda, acompanhado de autoridades, entre elas o Deputado Federal Eduardo Costa.
“Isso aqui é uma coisa muito emocionante. Realmente me surpreendeu. Vai ser um ponto turístico para Marabá e as pessoas precisam conhecer a nossa história. É a preservação da nossa cultura, da nossa história. A gente vai passar e o museu vai ficar”, comenta o prefeito.
“Sai daqui impressionado, hoje Marabá é um polo turístico, cultural e econômico. A gente fica feliz porque a história desse povo vai ser preservada, ele vai servir de conexão com o passado, o presente e o futuro”, acrescenta Eduardo.
O museu conta ainda com auditório para palestras, lojinha de produtos com temática regional, uma lanchonete e elevador que garante acessibilidade ao segundo piso. Todas as salas possuem etiquetas informativas na porta, inclusive com informações em braile para contemplar visitantes cegos e de baixa visão. A obra de implantação do museu foi concretizada através de uma parceria entre a Prefeitura e a mineradora Vale.
“Acho que o museu conseguiu retratar a grande história do povo de Marabá, dessa região que tem uma história tão bonita. Trazer essa memória para retratar aqui no museu nos deixa emocionado e orgulhoso”, afirma Luís Veloso, gerente de relacionamento institucionais da Vale no Pará.
O presidente da Fundação Casa da Cultura de Marabá (FCCM), Marlon Prado, observa que Marabá desponta ao inaugurar um museu em tempos difíceis e frisa que uma de suas maiores características, além da modernidade é a instalação dele em um prédio histórico, tombado, com 81 anos de existência.
“Tá todo mundo boquiaberto. A sociedade de Marabá recebe um museu onde tá concentrado toda a história, os ciclos econômicos do município. Mas tudo é mostrado num aspecto moderno”, enfatiza o presidente.
Os espaços do museu estão divididos em história, ciclos econômicos, mineração, etnologia, arqueologia, espeleologia, geologia, botânica, lendas regionais, auditório, sala de exposições temporários, lojinha do seu Chico e café do seu Chico.
Para Wânia Gomes, diretora do museu, o momento é histórico não só para a região, mas para todo o estado. Marabá é um lugar rico e expressivo.
“Uma cidade do porte de Marabá precisava de um museu. É uma referência. Uma casa aberta aos artistas, a comunidade. E a comunidade tem de se apropriar do museu, pois, ele é de todos”, ressalta a diretora.
O museu que apresenta com encanto as riquezas materiais e imateriais do município servirá ainda para pesquisas e foi observado detalhadamente pelo professor Dr. Maurilio Monteiro, reitor da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará, (Unifesspa).
“Espaço maravilhoso, é uma possibilidade de articular passado e o presente e com isso projetar o futuro. Isso é muito importante para toda a região. Um espaço como esse vai nortear as pesquisas e articular a produção intelectual, a produção cultural”, garantiu o reitor.
Prédio tombado
O Palacete Augusto Dias iniciou a revitalização desde a gestão passada, mas só pegou ritmo mesmo a partir de 2017. Quando o prefeito Tião Miranda assumiu, realinhou a parceria com a Vale, e com apoio do Ministério Público Estadual determinou a retomada das obras de restauro por meio de empresa especializada, sob a gestão da Fundação Casa da Cultura de Marabá.
O Palacete Augusto Dias foi construído na administração do prefeito Augusto de Figueiredo Dias, iniciando em 1936 e sendo inaugurado em 1939. Ele foi projetado para abrigar a Prefeitura Municipal, Secretarias, Poder Legislativo e o Fórum da Comarca local. Com a transferência da Prefeitura para a nova sede, na Folha 31, Nova Marabá, na década de 1970, o espaço continuou a abrigar apenas a Câmara Municipal, que atualmente está na Rodovia Transamazônica e o Fórum, transferido posteriormente, para sua sede própria, na Folha 30, Nova Marabá.
Visitação
O espaço abre para visitação nesta terça-feira, dia 11, a partir das 9 horas. O museu irá funcionar de terça a sexta-feira, das 9h às 17h e aos finais de semana das 9h às 13h. A agenda de visita para estudantes de escolas públicas ou privadas deve ser feita pelo número (94) 3198-6310, a partir do dia 11. Nas redes sociais do museu terá mais informações sobre exposições, basta acessar ao instagram, facebook ou twitter @museumaraba.
Segundo a diretora do museu, Wânia Gomes, as duas primeiras semanas de inauguração não haverá cobrança de entrada, portanto, até dia 25 de agosto a entrada é gratuita e posteriormente, será cobrado um valor simbólico de R$ 4,00 por pessoa, sendo R$ 2,00 a meia entrada. Este valor será revestido para autossustentação do museu, uma vez que é necessário ter um fundo de manutenção do espaço.
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Texto: Leydiane Silva
Fotos: Aline Nascimento e Jordão Nunes