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SMS: Profissionais da saúde recebem capacitação sobre diagnóstico e tratamento da dengue
Unidades de saúde tem registrado aumento das notificações de casos suspeitos da dengue
Com o aumento significativo dos casos de dengue no município, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) promoveu, na sexta-feira (14), uma capacitação sobre arboviroses voltada para médicos e enfermeiros da rede pública. O evento ocorreu no auditório da Universidade Estadual do Pará (UEPA) e teve como objetivo aprimorar o manejo clínico e os procedimentos de notificação da doença, garantindo um atendimento mais eficaz à população.
A diretora da Vigilância em Saúde, Luana de Jesus de Oliveira, destacou a importância da capacitação diante do atual cenário epidemiológico. “Estamos em uma situação emergencial. O levantamento de dados epidemiológicos mostra que o número de casos tende a crescer, tornando essencial capacitar os profissionais da Atenção Básica e do Hospital Municipal”, afirmou.
A palestra foi conduzida pelo infectologista Dr. Harbi Ottman, que abordou os principais sintomas da dengue e o fluxo de atendimento. “Os pacientes chegam com febre, dor de cabeça e dores articulares. No diagnóstico inicial, avaliamos sintomas que podem indicar uma evolução para casos graves, como dor abdominal e vômitos persistentes. Esses pacientes devem ser encaminhados ao Hospital Municipal para exames confirmatórios e um tratamento mais eficaz”, explicou Luana.
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Dr. Harbi esclareceu sobre o fluxo de atendimento
A diretora de enfermagem do Hospital Municipal de Marabá (HMM), Elis Debora, reforçou o impacto do aumento de casos na unidade de saúde. “O hospital é um termômetro do que está acontecendo no município. Desde dezembro de 2024, observamos um crescimento na demanda de pacientes com sintomas de dengue. Em janeiro e fevereiro deste ano, já registramos mais de 800 casos suspeitos, um número quatro vezes maior que o mesmo período do ano passado”, informou.
Segundo Elis, a capacitação visa garantir que os profissionais da Atenção Básica consigam identificar e tratar casos leves da doença, reduzindo a sobrecarga no HMM. “Nosso objetivo é aprimorar o manejo clínico nas unidades básicas para que os pacientes recebam o tratamento correto desde o início, evitando a evolução para casos graves e a necessidade de internação”, pontuou.
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Para o médico da Unidade Básica de Saúde (UBS) Amadeu Vivacqua, Rayan Sampaio, o treinamento é essencial para atualizar os profissionais diante da sazonalidade da doença. “A dengue tem um alto potencial de surto, principalmente neste período chuvoso. A capacitação nos ajuda a reconhecer os sinais clínicos e a encaminhar os pacientes no momento adequado. Nossa função é diagnosticar e monitorar para evitar que casos leves evoluam para quadros críticos”, explicou.
O médico também relatou um aumento expressivo de atendimentos na UBS. “Temos notificado muitos casos suspeitos. São predominantemente leves, mas precisamos acompanhar os pacientes quando a febre cede, pois é nessa fase que pode ocorrer o agravamento”, informou.
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Combate ao vetor e prevenção
Bruno Anchieta, coordenador de Vigilância Ambiental e Endemias, detalhou as ações de combate ao mosquito Aedes aegypti. “Realizamos periodicamente o Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa) e, com base nesses resultados, intensificamos o tratamento focal nas áreas de maior risco. Além disso, reforçamos as ações educativas para que a população colabore na eliminação de criadouros”, destacou.
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Atualmente, os testes rápidos para dengue estão sendo realizados apenas no Hospital Municipal, mas a Vigilância em Saúde trabalha para disponibilizá-los nas Unidades Básicas de Saúde. “Quando o paciente é notificado com suspeita de dengue, coletamos amostras para envio ao Laboratório Central, onde são realizados exames para identificar se é dengue, chikungunya, zika ou outras arboviroses”, explicou Luana de Jesus.
A SMS segue mobilizando esforços para conter o avanço da dengue em Marabá. Além da capacitação de profissionais, a secretaria reforça a importância da prevenção. “Pedimos à população que colabore eliminando água parada e permitindo a entrada dos agentes de endemias para as vistorias. A dengue é uma doença grave, mas pode ser evitada com a participação de todos”, concluiu Luana.
Texto: Osvaldo Henriques
Fotos: Wellen Cristina