Educação: Trupe Paneiro de Histórias incentiva a leitura por meio do lúdico e da musicalização
“O contador de histórias cria imagens no ar materializando o verbo e transformando-se ele próprio nesta matéria fluida que é a palavra (…) empresta seu corpo e seus afetos ao texto que ele narra, e o texto deixa de ser signo para se tornar significado (…), como um mágico, faz aparecer o inexistente, e nos convence que aquilo existe”. A descrição está no livro O contador de Histórias, de Cléo Bussato.
Esse profissional que apresenta novos mundos aos ouvintes por meio das palavras e criatividade tem um dia mundial, comemorado em 20 de março, data foi criada na Suécia, em 1991, para reunir contadores e promover a prática de contar histórias em todo o mundo.
A contação de histórias tem ganhado espaço na educação, como uma prática pedagógica ajudando as crianças a desenvolver o gosto pela leitura, socialização, criatividade e imaginação. Em Marabá, um grupo de nove mulheres apaixonadas pela contação de histórias criou a Trupe Paneiro de Histórias. que surgiu em 2019, a partir das ações do Departamento Marabá Leitora da Secretaria Municipal de Educação (Semed).
As apresentações da Trupe contam com o Movimento dos Contadores de Histórias da Amazônia (Mocoam), Semed e Escola do Legislativo da Câmara Municipal. Uma das idealizadoras da Trupe é a pedagoga Jacinta Pontes, que atualmente trabalha na sala de leitura da Escola Teresa de Castro, no bairro da Liberdade, núcleo Cidade Nova. Ela une música e histórias para atrair a atenção das crianças para o mundo da leitura.
“Eu sempre começo minha aula com uma contação de história e uma música. Eu canto para encantar e quando começamos a cantar, eles já sabem que vem história e eles ficam encantados porque sabemos que a leitura quando não é obrigação, o encanto acontece”, relata a educadora.
Participante do grupo desde o início, a professora Maria do Socorro Sousa revela que a contação de histórias começou na vida dela, a partir das histórias que ouvia da avó, quando era pequenina.
“Para se tornar um bom contador, é preciso ser um bom ouvinte. E eu ouvia histórias contadas pela minha avó, à noite, ao redor da fogueira, em reunião com todos os netos, e lá estava ela a contar histórias e me tornei hoje uma contadora de histórias”, relata.
Assim como Maria do Socorro, o amor pela contação de história, na vida da educadora Cleudimar Lima, começou na infância. “A sementinha já existia há muito tempo com meus pais, tios, que sempre gostavam muito de contar histórias e acho que as histórias ativam nosso cérebro. Sem história você tem mais dificuldade e se você quiser sofrer menos, é criar o hábito da leitura. Se a criança tiver o hábito de ler, teremos um ser humano melhor”, justifica.
Para comemorar a data, durante esta semana, o grupo Trupe Paneiro de Histórias fará uma programação em várias unidades de ensino. São elas: Escola Cisne Branco, na Folha 11, Nova Marabá, e no Núcleo de Educação Infantil (NEI) Rafael Fernandes, na Folha 33, e segue para os NEI’s São Félix, em São Félix, Antônio de Paula, na Folha 17, e Daniel Franco, na Vila São José, e para as Escolas Teresa de Castro, bairro Independência, Dinalva Campos, bairro Infraero, e Nossa Senhora de Fátima, São Félix 2; e SESC.
Texto: Victor Haôr
Fotos: Paulo Sérgio Santos