
Saúde: Enfermeiras do HMM e HMI são aprovadas em programa de Doutorado em São Paulo
As enfermeiras Percília Augusta Santana, Kecyanni Lima e Catilena Silva Pereira Santana são exemplos de que o estudo só traz benefícios a quem pratica e ajuda a mudar a vida de quem recebe os atendimentos. Elas foram aprovadas no Programa de Doutorado em Ciências da Saúde da Universidade de Taubaté (Unitau), que vai garantir benefícios profissional e melhor atendimento à população.
Percília é cearense, formada em enfermagem pela Universidade Federal do Ceará (UFCE). Ela trabalha como servidora pública no município há 25 anos e, atualmente, está lotada no Hospital Municipal, no setor de triagem e ambulatório, na função de enfermeira na classificação de risco. Ela também atua como professora efetiva no curso de medicina da Universidade do Estado do Pará (Uepa) e é coordenadora do setor de estágio e empregabilidade da Faculdade Carajás.
Com um currículo é bastante extenso, Percília trabalhou 10 anos como coordenadora do Serviço de Assistência Especializada e Centro de Testagem e Aconselhamento (SAE/CTA), sete anos na Estratégia de Saúde da Família (ESF), nas Unidades de Saúde Pedro Cavalcante e Jaime Pinto, foi diretora do Departamento de Média e Alta Complexidade (Demac) da Secretaria de Saúde (SMS) e desenvolveu atividades ao longo desses anos na docência.
“A assistência está dentro de mim, como profissional, enfermeira e a docência também. Então você unir o útil, agradável, ensinar e aprender, porque quando você ensina, você aprende. Eu gosto muito de uma frase de Paulo Freire em que ele fala que ensinar, aprender e aprender, então você ensina ensinando e você aprende também ensinando, e esse projeto eu acredito que vai trazer bastante benefício para o nosso município”, enfatiza.
Em cima disso, Percília já tem a tese de doutorado, baseada em pesquisas, que é criar um software que facilite o trabalho da triagem e de todos os servidores dentro do hospital municipal, na classificação de risco, utilizando o protocolo de Manchester, estabelecido pelo Ministério da Saúde.
“Então, eu pensei como professora de carreira e também na área assistencial, no qual eu atuo, trazer um projeto que pudesse beneficiar também o nosso município. Então, como eu atuo no setor de classificação de risco, meu objetivo é realizar a validação do protocolo do Ministério da Saúde, baseado na realidade do nosso município, das nossas necessidades”, argumenta.
O software será alimentado com os sinais e sintomas do paciente no momento de atendimento e o próprio sistema realizará a classificação, de acordo com o protocolo de Manchester que vai determinar o grau de emergência do paciente para o atendimento médico. Para isso, são usadas as cores correspondentes ao nível de risco (vermelho, amarelo, verde e azul). Hoje, esse procedimento é feito manualmente por uma enfermeira que coloca as observações na ficha do paciente na triagem.
“Cada cor tem um tempo de espera determinado. O azul, 240 minutos que o paciente pode esperar, o verde 120, e assim por diante, de acordo com as cores prioritárias. O software vai ser alimentado com as informações, pacientes com crises hipertensivas, com diversas patologias, então para cada patologia vai ter um protocolo que será aplicado e isso diminui o erro na classificação. Lógico que a gente vai ter que alimentar adequadamente. A gente visa isso, a agilidade, a segurança e a satisfação do paciente durante o atendimento”, pontua.


contribuindo para a melhoria no atendimento
Outra que também pretende trazer um projeto inovador para a área de atuação é Kecyanni dos Reis, que é graduada em enfermagem pelo Instituto Superior do Sul do Maranhão e médica pela Facimpa. É especialista em enfermagem e ginecologia obstétrica e mestre em Cirurgia e Pesquisa Experimental pela Uepa.
Ela atua no município há 14 anos, tendo passado no concurso e assumido a função no Centro de Referência Integrado à Saúde da Mulher (Crismu). Há cinco anos trabalha no Hospital Materno Infantil (HMI) e é professora na Faculdade Carajás, além de ser uma das formandas da primeira turma de medicina da Facimpa.
“Quando criaram o curso de medicina na Facimpa, fui convidada para ser professora, mas recusei e disse que ia ser estudante. Um sonho que eu tive a oportunidade de realizar. Quando eu fiz o vestibular, fui aprovada. Então, para surpresa deles, quando eu fui fazer a matrícula, o diretor olhou para mim e ficou admirado como que eu fui aprovada em 15º lugar. Uma enfermeira que há 17 anos tinha estudado ensino médio, mas consegui obter a aprovação. Continuei sendo professora da Faculdade Carajás, mas teve um momento que eu precisei me dedicar somente ao curso da medicina, que foi a partir de 2020. Foi o momento que eu fui para o HMl e consegui concluir o curso. Agora eu sou médica e estou voltando cheia de gás para a docência”, comemora Kecyanni.
No mestrado, a pesquisa de Kecyanni foi baseada na vivência dentro do Crismu. Ela percebeu que muitas mulheres faziam o exame de colposcopia e não realizavam nenhum tratamento, então decidiu fazer um estudo e um manejo experimental com o óleo de copaíba.
“Eu peguei a copaíba para testar, em um caso de controle, em ratas que não usavam nada, a questão da copaíba e a questão do abocresia. Naquele momento, eu precisava fazer o mestrado, fazer um produto e conseguir logo concluí-lo no tempo que o mestrado profissional me dá, que são três anos. Então, assim, a pesquisa é fantástica. Só que quando eu estava inserindo no Crismu, eu percebi muita defasagem, principalmente na atenção primária à saúde, a questão do acompanhamento do pré-natal aqui no município. Precisava melhorar os indicadores. Na época, eu procurei a coordenação de Saúde da Mulher, mas para oferecer um bom serviço, eu precisava qualificar o profissional. Então, foi na época que a gente pegou a rede Cegonha para implementar realmente no município, que é a questão do pré-natal”, argumenta.


e-book “Manual Obstétrico para a Assistência do Pré-natal”
A ideia de Kecyanni era unificar e protocolar esse atendimento, por isso ela criou o e-book “Manual Obstétrico para a Assistência do Pré-natal”, inserido no município e na grade curricular da Faculdade Carajás e Uepa.
“A gente pega muitos casos de alto risco, pré-natal que não é realizado. O HMI é referência para todas as regiões aqui. Chega paciente pra gente que nunca realizou pré-natal, paciente que nem sabia que estava gestante, ficou sabendo no momento do atendimento. Então, a gente quer fazer esse fluxo, protocolo de manejo, principalmente nas síndromes obstétricas. E para fazer um diagnóstico eficaz, que é um momento oportuno, de maneira rápida para que a gente possa intervir de maneira adequada para que não chegue a complicações futuras, principalmente a eclampsia e a Síndrome Help que acaba deixando a paciente em estado grave”, informa.
Quanto ao doutorado, a enfermeira conta que ficou sabendo do processo seletivo por meio de uma amiga que trabalha no mesmo hospital. Ela hesitou por um momento, pois estava concluindo o curso de medicina, mas a amiga a estimulou e ela acabou aceitando fazer a prova.
“Estou com uma expectativa muito grande, sempre almejei a questão da docência e do doutorado também. Eu lembro que a minha avó sempre falava: ‘o que que adianta a gente viver sem realizar os sonhos’. Então estou realizando mais outros sonhos, buscando o doutorado. Como eu gosto da ginecologia obstétrica e estou inserida no HMI, eu vejo muita necessidade de protocolar, principalmente o fluxo, o manejo obstétrico na emergência, principalmente as síndromes hipertensivas gestacionais”, exemplifica.
Ela ainda relata que, no doutorado, vai encontrar outros professores e doutores para troca de experiências e pode trazer algo novo para o município. “Pesquisa ensino e extensão para trazer, promover essa qualidade, você como profissional e trazer para a nossa região, poder qualificar os outros colegas também, ser inserido nisso. Cada disciplina é uma descoberta. O doutorado traz esse vínculo, essa questão dessa inserção, desse aprofundamento que você precisa principalmente melhorar”, conclui.
A terceira profissional que foi aprovada é Enfermeira Obstetra do HMI Catilena Silva Pereira Santana, mas devido uma viagem não conseguiu participar da entrevista.


Parabéns às profissionais por mais essa conquista que vai garantir um atendimento melhor à população com as referidas pesquisas.
Texto: Fabiana Alves
Fotos: Paulo Sérgio Santos
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