Educação: Escola Anísio Teixeira celebra Dia da Consciência Negra
Uma grande festa para celebrar a herança da cultura afro no Brasil é realizada nos dias 12 e 13 de novembro, nas dependências da Escola Municipal e Estadual Anísio Teixeira, no núcleo da Cidade Nova. O II Dia da Consciência Negra da Escola Anísio Teixeira (Dconat), reúne centenas de alunos, professores, pais e convidados para acompanhar a programação que inclui, danças, cantos, desfiles, poesias e apresentações teatrais.
Na abertura do evento aconteceu o desfile para a escolha do garoto e garota Dconat que teve por vencedora do Ensino Médio, a aluna Janine Gabriela do 3º ano.
“Eu não esperava ganhar e me esforcei bastante começando a fazer a roupa ainda de madrugada. É muito bom ganhar por ser de pele branca e cabelo afro. Se sofro preconceito digo para todos não terem vergonha dos seus cabelos, para não esconderem a sua identidade por causa dos outros”, enfatiza.
A aluna Heloísa Sousa dos Reis, que também já participou dos desfiles ano passado, diz que o evento é uma maneira de discutir sobre preconceitos e discriminações e mostrar o imenso valor da cultura afro no Brasil e a importância de sua manutenção.
“O Dconat foi criado para combater o racismo, a discriminação e as vezes me pergunto quem eu vou ser? O que as pessoas pensam de mim? E eu vi que eles criam um perfil da gente e um dia eu disse: Eu sou Heloisa, Minha pele é linda e meu cabelo é maravilhoso e nunca deixem as pessoas influenciar no que você é e o que você quer ser”, afirma.
Para a realização do evento, a escola recebeu decoração especial com fotos de grandes personagens da história das lutas contra a escravidão, frases de grandes poetas negros e daqueles que defendem a liberdade e o fim do preconceito e discriminação, um evento com um grande significado.
(Ensino Fundamental)
“Hoje, celebramos a Consciência Negra, um momento fundamental para refletirmos sobre a rica herança cultural afro-brasileira e a luta por igualdade e justiça. É uma oportunidade de reconhecer as contribuições inestimáveis que a comunidade negra trouxe para a nossa sociedade, desde a música, dança, culinária até as artes e a literatura”, destaca a professora Odinéia Souza, gestora da Escola Anísio Teixeira (Ensino Fundamental).
Este é o segundo ano consecutivo que a escola promove o Dconat, contribuindo para um melhor entendimento sobre a questão afro no Brasil e que inclusive foi tema de redação do ENEM deste ano, o que ajudou os alunos do Ensino Médio a terem mais argumentação sobre o assunto no desenvolvimento do texto.
“É importante lembrar que essa data não é apenas uma celebração, mas também um chamado à ação. Devemos nos unir para combater o racismo e promover um mundo mais justo e igualitário para todos. Que possamos honrar aqueles que vieram antes de nós, aprendendo com suas histórias e lutando por um futuro onde todos possam viver com dignidade e respeito”, lembra a professora Edna Tavares, vice-diretora Anísio Teixeira (Ensino Médio).
BNCC E A QUESTÃO AFRO-BRASILEIRA
A questão afro-brasileira é um componente essencial na formação cidadã dos estudantes e está alinhada às diretrizes da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). A BNCC reconhece a importância de promover uma educação que valorize a diversidade étnico-racial, contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa e equitativa.
No âmbito da educação, a inclusão da história e cultura afro-brasileira não é apenas uma obrigação legal, mas também uma necessidade social. A BNCC propõe que as escolas abordem temas relacionados à luta contra o racismo, à valorização das contribuições dos povos africanos e afrodescendentes e ao reconhecimento das desigualdades históricas enfrentadas por essas comunidades.
As competências gerais da BNCC enfatizam a formação de alunos críticos e reflexivos, capazes de respeitar as diferenças e atuar em prol da justiça social. Ao integrar a questão afro-brasileira no currículo, os educadores têm a oportunidade de promover debates enriquecedores, desmistificar estereótipos e incentivar o respeito à diversidade.
Além disso, ao abordar temas como a escravidão, as tradições africanas, as manifestações culturais e as lutas por direitos civis, os alunos podem compreender melhor as raízes históricas do Brasil e desenvolver uma identidade mais plural. Isso é fundamental para que todos se sintam representados e valorizados no ambiente escolar.
Em suma, a BNCC não apenas reconhece, mas também incentiva a inclusão da temática afro-brasileira na educação. Essa abordagem é essencial para formar cidadãos conscientes de sua história e comprometidos com a construção de um futuro mais igualitário.
Texto: Victor Haôr
Fotos: Divulgação