O Museu Municipal Francisco Coelho está em preparação para a programação especial de aniversário de cinco anos da instituição, comemorado no dia 7 de agosto. Para celebrar o momento serão expostas duas mostras, nos dias 1º e 9 de agosto, que dialogam com diferentes aspectos da cultura popular e da pesquisa científica.

Versos que encantam

A primeira exposição, intitulada “Literatura de Cordel e suas histórias: poetas e versos que encantam”, será inaugurada no dia 1º de agosto, às 18h, no auditório do museu. A iniciativa é fruto da pesquisa do professor Geovanni Gomes, da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará, sobre o cordelista José Costa Leite, e se tornou uma mostra colaborativa que une diferentes atores culturais da cidade.

Segundo Wellington Mota, coordenador de projetos do museu, a exposição conta com a parceria do Arquivo Municipal Manoel Domingues que cedeu cordéis do acervo para compor o material exposto. “Vamos ter peças originais e réplicas aplicadas em uma árvore central, para que os visitantes possam manusear e ler os cordéis. Além disso, convidamos os poetas Adão Almeida e Lusa Silva para um minidocumentário que será exibido durante a exposição”, explica.

O evento contará com microfone aberto para que o público possa recitar os próprios versos ou trechos de cordéis clássicos. A programação inclui ainda a presença da Escola de Música da Fundação Casa da Cultura de Marabá (FCCM), com apresentações de instrumentos típicos da música nordestina, como triângulo e zabumba, além da venda de comidas típicas do nordeste, local onde surgiu o cordel.

“Queremos fazer do dia do cordel um momento vivo, interativo e popular. Buscamos parcerias para tornar esse evento mais acolhedor, com espaço para escritores, autoridades e a comunidade se expressarem”, destaca Lara Luz, diretora do Museu.

Raízes da resistência

A segunda exposição, “Raízes da resistência: a cultura da madeira da Amazônia indígena e a construção de identidades a partir do território”, será aberta no dia 9 de agosto, às 18h, na sala de exposições temporárias. A mostra é resultado de uma parceria com o Laboratório da Madeira da Universidade do Estado do Pará (UEPA) e a Fundação Casa da Cultura de Marabá, e integra o circuito étnico-racial que o museu promove desde o início do ano.

Com foco na cultura material indígena, especialmente nas burdunas, instrumentos musicais tradicionais  dos povos originários, a exposição apresenta peças originais e imagens microscópicas das madeiras utilizadas, revelando aspectos pouco conhecidos do uso e estudo desses materiais.

“A exposição tem um caráter mais científico, com o objetivo de conscientizar e valorizar os saberes indígenas. Na abertura, vamos realizar uma mesa-redonda para debater a importância desse conhecimento e divulgar os trabalhos desenvolvidos pelo laboratório em parceria com a etnologia da Fundação”, explica Wellington.

As duas mostras oferecem ao público a oportunidade de vivenciar diferentes formas de conhecimento, da poesia popular nordestina à resistência e saberes dos povos originários da Amazônia, em uma programação que celebra não só o aniversário do museu, mas a diversidade cultural e científica de Marabá.

Texto: Osvaldo Henriques
Fotos: Paulo Sérgio Santos