Memória, resistência e voz negra feminina

Na quinta-feira, 24, o Arquivo Histórico Manoel Domingues (AHMD), em parceria com o Museu Municipal Francisco Coelho (MMFC), promoveu mais uma atividade significativa do I Circuito de Relações Étnico-Raciais, uma iniciativa da Fundação Casa da Cultura de Marabá (FCCM). A programação esteve especialmente dedicada ao Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, comemorado em 25 de julho e reconhecido como símbolo de afirmação identitária e de visibilidade das mulheres negras em toda a América Latina.

O evento teve como ponto central a roda de conversa “Entre os Saberes e a História: direito à Memória das Mulheres Negras Marabaenses”, que reuniu três mulheres negras de ampla relevância social, cultural e acadêmica para a cidade de Marabá. O debate teve por objetivo promover um espaço de escuta, partilha de trajetórias e construção de memória coletiva, a partir das vozes e experiências das próprias mulheres negras. As convidadas foram Ana Luísa Rocha, professora; Vanda Melo dos Santos, Servidora pública na área da Educação Básica, e Etiane da Silva Macêdo, professora de Sociologia do Instituto Federal do Pará (IFPA).

Durante o encontro, as participantes compartilharam reflexões sobre memória e ancestralidade. O evento também marcou o início da construção de uma nova coleção no acervo do AHMD, voltada à preservação da memória das mulheres negras de Marabá.

Nas palavras da historiadora do AHMD, Camila Caetano “É um acervo vivo que reúne cada vez mais documentos, imagens, entrevistas e relatos orais que possibilitam reconhecer e valorizar essas trajetórias historicamente silenciadas pelos registros oficiais”.

A atividade busca reforçar o compromisso do AHMD, do MMFC e da FCCM com o fortalecimento e reconhecimento das contribuições das mulheres negras para a construção histórica, social e cultural de
Marabá.

Fotos: Kárita Fontes
Texto: Emily Paiva