Gestão: Novo diretor do SSAM, Mancipor Lopes, busca modernização do órgão e conscientização sobre descarte adequado do lixo
Nascido e criado em Marabá, Mancipor Lopes é o novo diretor-presidente do Serviço de Saneamento Ambiental (SSAM). Após mais de 20 anos de atuação em diversas vertentes da advocacia, assumiu em 2017 a Superintendência de Desenvolvimento Urbano (SDU). Agora, tem planos de modernizar o SSAM e levar adiante um plano de conscientizar a população a respeito do cuidado e descarte do lixo doméstico.
Sua experiência como agente político inicia em 2017 como Superintendente de Desenvolvimento Urbano, cargo que ocupa até dezembro de 2024. Nesse período, também deixa a advocacia por convicções pessoais.
Filho de pai baiano e mãe mineira, a família chega em Marabá em 1968. Mancipor nasce quatro anos depois. Em 1990, inicia a faculdade de Direito, em Belém, na Unespa, atual Unama e conclui o curso anos depois, na cidade de Teófilo Otoni, em Minas Gerais.
Em dezembro de 1999, Mancipor retorna a Marabá para exercer a profissão de advogado, atuando em casos de várias naturezas. Na mesma época, seu pai adoece e fica internado em Vitória, no Espírito Santo. Nesse período em que cuida do pai, ele aproveita para se aprofundar em Direito Eleitoral. Ao voltar para Marabá, em pleno ano eleitoral de 2000, atuou na assessoria jurídica de uma campanha política, que foi exitosa.
Nos anos seguintes, ele amplia sua experiência em Direito Eleitoral e em outras áreas, foi defensor dativo em júris populares e juiz eleitoral do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), como representante dos juristas.
Na nova gestão, sua missão é comandar o SSAM. Em 2025, o SSAM terá cerca de 1200 agentes de conservação em frentes de trabalho de coleta de lixo, limpeza urbana, roço, capina, desentupimento de bueiros, recuperação de vias e paisagismo. São 21 caminhões coletores de lixo que atendem toda a cidade.
“Vamos contribuir para que a gestão seja diferenciada, para que possamos trazer tecnologia para o serviço público, colocar realmente Marabá num nível de excelência no que diz respeito ao que é moderno hoje, não só nas demais pastas, mas sobretudo no SSAM, que a nossa pasta é um desafio. A limpeza pública, dadas as dimensões territoriais da área urbana de Marabá, é complicada, não é fácil”, avalia.
Segundo Mancipor Lopes, a coleta de lixo tem um custo alto, ao mesmo tempo em que há questões culturais a respeito do descarte de lixo que precisam ser melhor debatidas junto à população, por meio de ações de conscientização.
“Lixo não é guardado na rua. Lixo é guardado em casa. Ele deve ir para a rua no momento da coleta e essa cultura nós temos que mudar. Se nós conseguirmos mudar essa cultura, teremos menos problemas de alagamento no período de chuva mais intenso, teremos menos problema com proliferação de doenças causadas pelo lixo, vamos ter um custo menor da coleta de lixo e uma cidade muito mais limpa”, ressalta.
Os serviços de atendimento à população, a respeito de demandas relacionadas aos serviços executados pela autarquia e pela iluminação pública realizada por empresa terceirizada, serão aperfeiçoados a fim de garantir melhor tempo de resposta aos cidadãos, dependendo da complexidade da demanda.
Para além disso, questões sazonais como o período de chuvas, que causa alagamentos pela cidade e impacta no crescimento da vegetação, serão melhor trabalhadas a fim de garantir, por exemplo, agilidade na limpeza de grotas e bueiros, aliado à conscientização para que não haja descarte de lixo nesses locais. O mapeamento e monitoramento de pontos sensíveis também será importante para a execução dos serviços.
O projeto Garis dos Rios, que recolhe resíduos dos rios que circundam a cidade será continuado e aperfeiçoado.
“É um projeto interessante que, inclusive, já foi premiado. Um projeto que está sendo copiado. O que precisamos não é só manutenção, mas sobretudo tentar modernizar e ampliar esse sistema. Agora, volto a dizer: você chega na orla, o consumidor está apreciando a paisagem, tomando uma cerveja e ele descarta na margem do Rio. Aquele saquinho de lanche, descarta ali no rio. Isso tem que mudar também”, pontua.
E para essa mudança de hábito, será necessário um trabalho conjunto com outros órgãos como Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma) e Secretaria Municipal de Educação (Semed), a fim de levar e debater essas temáticas com as crianças e adolescentes e, por meio desse público, alcançar as famílias.
“Você não muda a cultura da sexta para a segunda-feira. Você muda de uma geração para outra e quem inicia essa transformação? A criança. Eu tenho que levar para a criança porque ela leva para a casa dela, ela chama a atenção do pai, da mãe, do irmão mais velho”, afirma.
A ideia é formar uma equipe de conscientização para os bairros com panfletos e orientações. Outra questão importante é realizar um trabalho conjunto a respeito das ocupações irregulares sobre grotas e outras passagens de água.
Mancipor Lopes sintetiza o que a população pode esperar do serviço. “Eficiência, modernidade e presteza em todas as áreas que o SSAM desenvolve atividades”.
Texto: Ronaldo Palheta
Fotos: Igor Leite