GMM: Cão do GOC ajuda a encontrar outro fuzil em veículo usado por fugitivos de Mossoró
Na última quinta-feira, 4, os olhos do Brasil voltaram-se para Marabá, que foi palco da recaptura de Deibson Nascimento e Rogério Mendonça. Em uma operação conjunta da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e da Polícia Federal (PF), os criminosos foram pegos. Com eles foram presas mais quatro pessoas e apreendidos dois fuzis, oito celulares e dinheiro. Um dos fuzis foi encontrado graças à atuação do cão Zyah, que pertence ao Grupamento de Operações com Cães (GOC) da Guarda Municipal de Marabá (GMM).
No sábado, 6, ainda havia a suspeita da presença de armas em um dos veículos. Diante disso, o GOC foi acionado. O cão responsável pela procura foi Zyah, de 10 anos, o primeiro cão a fazer parte do grupamento. O fuzil foi encontrado debaixo do banco de um dos veículos, que transportava Deibson Nascimento.
“Geralmente, o cão quando quer indicar algo. Ele, de forma ativa, pode latir, raspar o local ou simplesmente sentar. Ao ser identificado que, naquele local que ele marcou, realmente tem o material para ele buscar, ele é recompensado com carinho, brinquedo ou petisco, uma forma de recompensa-lo pelo trabalho que fez e ele sabe disso, que faz parte da sua rotina de treinamento. É tudo bem treinado e faz parte da rotina do cão”, afirma Elder Lourenço, coordenador do grupamento.
A parceria com os demais órgãos de segurança é uma das principais frentes de atuação do GOC. O Zyah já está aposentado, mas foi acionado para a missão. A especialidade dele é detecção de armas, drogas e busca de pessoas desaparecidas. Há ainda o Sadham, especializado em proteção; a Xena, especializada em detecção; e a Dryka, especializada em detecção e proteção. Todos os cães são da raça Pastor Belga de Malinois. O GOC é composto ainda por 11 agentes da GMM.
“Nossos cães são especialistas em detectar drogas, armas, pessoas e, nesse caso específico, o cão localizou um fuzil 556. É utilizado no nosso dia a dia esses materiais que os cães possam detectar e, no caso do armamento, é a pólvora. O cão não se limita em algumas situações que o ser humano é limitado. Por exemplo, nosso olfato é muito menor do que o do cão. Então, através disso foi potencializado esse faro aguçado dos cães e a gente pôde lograr êxito na operação”, explica o coordenador.
Para Elder Lourenço, o caso ajudou a mostrar mais o serviço desenvolvido pelo GOC.
“A importância é que no momento que somos acionados significa que nosso trabalho está sendo visto. Então, nós fomos solicitados por uma instituição renomada, que depositou confiança em nosso trabalho e isso é gratificante, saber que no final tudo deu certo e mostrar esse trabalho belíssimo, que é o trabalho com cães”, observa.
O treinamento dos cães acontece todos os dias, onde são trabalhadas questões de obediência aos comandos, guarda e proteção, além de detecção de armas, drogas e busca por pessoas. O treinamento é realizado tanto internamente, como na rua a fim de simular ações. Outra frente de atuação do GOC é por meio de apresentações em escolas para crianças e adolescentes com o objetivo de prevenção à violência.
O grupamento também realiza patrulhamento e rondas nas escolas, orlas, praças e hospitais do município, sempre com a presença dos cães.
O canil da GMM existe desde 2013 e já ajudou na apreensão de duas mil toneladas de drogas, além de armamentos e munições. Pessoas desaparecidas também já foram encontradas e o grupamento já atuou em solicitações em outras cidades e fora do estado.
Em 2023, o grupamento ajudou na apreensão de sete armas, 2930 munições, 150kg de drogas, 553 papelotes de entorpecentes e 28 aparelhos celulares.
“A sociedade pode contar com a Guarda Municipal de Marabá, que é uma instituição preparada para atender. Às vezes, a sociedade não sabe naquilo que pode contar com a Guarda. Somos um órgão de segurança pública que atua de forma rotineira na cidade e tem um papel importantíssimo na sociedade, inclusive no trabalho de prevenção”, reitera Elder Lourenço.
A Guarda Municipal tornou-se referência no trabalho com os cães e realiza, a cada dois anos, formação para profissionais do Brasil inteiro que tenham interesse em realizar o mesmo trabalho em suas cidades, ajudando a abrir outros canis.
Texto: Ronaldo Palheta
Fotos: Secom