Para garantir mais segurança alimentar e geração de renda às famílias atendidas pelo Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) da Folha 13, Nova Marabá, o centro terá uma horta comunitária. O projeto é fruto de parceria entre as Secretarias Municipais de Assistência Social, Proteção e Assuntos Comunitários (Seaspac) e de Agricultura (Seagri) com o programa Redes de Cidadania, da Fundação Vale, cujas iniciativas visam promover o desenvolvimento das comunidades por meio de políticas públicas em diversas áreas de atuação.

Inicialmente, as pessoas atendidas pelos grupos de convivência do centro participam de palestras sobre o funcionamento da horta comunitária. A gestora estratégica de campo do Redes de Cidadania, Vitória Virna, explica que junto ao conhecimento obtido, a ação vai proporcionar às famílias em situação de vulnerabilidade social a possibilidade de geração de renda, por meio da horta.

“O objetivo do projeto é fazer com que a comunidade tenha interesse. Vai gerar uma renda posterior para elas, gerar um trabalho porque muitas famílias são geridas por mulheres, mães solo. Às vezes, não têm como trabalhar fora, não têm estudo para estar em outras áreas. Então, é uma forma de elas em casa, ganharem dinheiro e colocarem comida em casa. Um dos objetivos principais é a alimentação”, explica.

Durante a palestra, as informações repassadas vão desde o plantio à colheita, passando pelos tipos de culturas que podem ser plantadas na horta, como rúcula, tomate e couve, por exemplo. Além disso, ao longo do projeto, as famílias vão ter oficinas e receber materiais, como ferramentas e mudas, para realizarem os cuidados com a horta. Esse trabalho de assistência será garantido pela parceria com a Seagri, conforme reitera o técnico em agropecuária  e coordenador do setor de Horticultura da secretaria, Milton Francisco França.

“Vamos dar esse apoio inicial que é o preparo inicial do solo, fornecimento da matéria orgânica, alguma coisa de irrigação, assim que a gente tiver o processo licitatório concluído e apoio técnico. Eu acredito que vai ser um projeto muito bom porque vai gerar renda, emprego, a custo baixo”, pontua.

Quando soube do projeto da horta comunitária, Jéssica Ribeiro ficou bem interessada. Mãe de duas crianças e beneficiária do Programa Bolsa Família, ela já realiza o plantio de algumas verduras e legumes, como maxixe, quiabo, cebolinha e pimenta de cheiro, complementando a renda. Para ela, a iniciativa vem ajudar o que desenvolve em casa.

“Não dá para eu me manter só do Bolsa Família. Eu achei muito interessante esse projeto e eu quero levar adiante e incentivar outras famílias carentes que participem porque é uma ótima fonte de renda também. Esse conhecimento vai me ajudar bastante porque sempre dá inseto, fungo na planta e eu não sei como combater. Aqui, vai ser excelente para aprender”, observa.

De acordo com Samira Mahmud, psicóloga do CRAS, o objetivo é fazer com que todos os grupos de convivência, de variadas faixas etárias, possam participar da horta, que será dividida com metragem igual para as famílias participantes.

“A horta comunitária, além de trazer o alimento para a comunidade, traz a integração. É um trabalho conjunto com a comunidade. Vai ser uma atividade voltada pra todos os grupos de convivência”, declarou a psicóloga, ressaltando, inclusive os benefícios para a saúde mental dos usuários, resgatando até memórias afetivas da infância de muitos dos jovens e idosos.

“Têm muitas idosas que estão em casa, que viveram na roça a vida inteira. Entendemos que essa comunidade de mais idade vai poder contribuir muito para o desenvolvimento de todo esse projeto. A gente quer fazer esse resgate, essa memória que temos, a que trazer para os jovens também, a memória afetiva da gente (de roça, da comida dos avós, do lampião, do ovo de galinha caipira, que é muito forte”, declarou Samira.

Texto: Ronaldo Palheta
Fotos: Igor Vinicius Duarte