Paralimpíada Escolar Estadual realizada em Belém contou com 22 atletas de Marabá

Nem o recesso escolar foi capaz de afastar os jovens atletas de Marabá de seus sonhos. Durante as férias, enquanto muitos descansavam, eles seguiram firmes nos treinos, focados na disputa da Paralimpíada Escolar Estadual, realizada em Belém no último dia 2 de agosto. O resultado dessa dedicação veio rápido, a equipe voltou para casa com 56  medalhas e a sensação de dever cumprido.

A delegação marabaense contou com 22 atletas competindo nas modalidades de atletismo e natação. As provas de atletismo ocorreram no Mangueirão, enquanto as de natação foram disputadas nas piscinas da Tuna Luso Brasileira. Segundo a professora de Educação Física, Luísa Crisóstomo, do Departamento de Educação Especial (DEE) e integrante do projeto Marabá Paralímpico, o desempenho foi impecável.

“A participação de Marabá foi maravilhosa. Eles treinaram durante todo o mês de julho, abriram mão das férias para se prepararem. Tivemos 100% de aproveitamento nas duas modalidades. Agora, aguardamos o resultado oficial para saber quantos atletas irão para a etapa nacional, mas a expectativa é que pelo menos 12 ou 13 estejam classificados”, destaca Luísa.

O quadro de medalhas reforça o brilho da campanha: no atletismo, foram 17 ouros, 8 pratas e 4 bronzes, totalizando 29 medalhas; na natação, 18 ouros, 4 pratas e 5 bronzes, somando 27. No resultado geral, Marabá conquistou 35 medalhas de ouro, 12 de prata e 9 de bronze.

Para Taylan Barbosa, 17 anos, que participou pela primeira vez e competiu nas provas de corrida de 100 e 400 metros, além do salto em distância, a conquista vai muito além das medalhas.

“Foi uma nova experiência, como descobrir algo novo. Com esforço, a gente consegue chegar mais longe. Meu sonho é ser um dos corredores mais rápidos da minha categoria”, conta emocionado.

Já Maria Paula, também de 17 anos, que tem paralisia nas pernas, voltou com a medalha de ouro nos 100 metros rasos. Experiente nas pistas, ela acumula 19 medalhas desde que começou a competir aos 13 anos.

“Foi incrível. É cansativo, mas vale a pena. Cada esforço faz parte da conquista”, explica.

A emoção também tomou conta das famílias. Eugênio Veloni, pai de Eugênio Tercilo, 13 anos, viu o filho estrear nas competições trazendo quatro medalhas.

“Foi emocionante. É a primeira vez que ele viajou sozinho, ficamos com o coração apertado, mas deu tudo certo. Ver a inclusão e o cuidado da equipe com ele foi gratificante”, afirma.

O projeto Marabá Paralímpico é uma iniciativa do Estado com total apoio logístico da Prefeitura de Marabá, que garante transporte, alimentação e suporte técnico para que os atletas participem das competições. Os treinos acontecem no Colégio Alvorada, Estação Conhecimento e Associação Atlética Banco do Brasil (AABB).

Agora, a torcida segue firme para que os índices alcançados pelos atletas garantam vaga na fase nacional. Mas, independentemente do resultado, a lição já está dada: com treino, apoio e determinação, Marabá segue mostrando que o esporte é um caminho de superação e orgulho. 

Texto: Osvaldo Henriques
Fotos: Paulo Sérgio