Marabá em números: Sistema de Saúde do município realizou mais de 3600 testes do pezinho em 2023
O teste do pezinho é um dos principais exames neonatais disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Em Marabá, é realizado nas Unidades Básicas de Saúde e no Hospital Materno Infantil (HMI). Por meio do teste, seis doenças podem ser detectadas: fibrose cística, fenilcetonúria (doença do metabolismo), anemia falciforme, hipotireoidismo, hiperplasia adrenal congênita (doença que afeta as glândulas suprarrenais) e deficiência de biotinidase (doença metabólica hereditária). Hoje, 6 de junho, é o Dia Nacional do Teste do Pezinho.
Nas Unidades Básicas de Saúde, o teste é realizado de segunda a sexta-feira. O indicado é que o recém-nascido esteja entre o terceiro e o quinto dia de vida. Além disso, também é indicado que o exame aconteça no período da manhã para que a coleta fique seca em temperatura ambiente, seja encaminhada para a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e enviada para o laboratório em Belém.
“O teste não é demorado, dá para qualquer pessoa trazer a criança. Às vezes não dá para a mãe vir, mas pode vir com outros familiares, trazendo o RG da mãe, cartão do SUS da mãe e o nascido vivo da criança, a gente faz e se não tiver documento a gente faz também. É importante que faça após 72 horas e no máximo em 30 dias, mas não é o ideal. O importante é que seja com 72 horas porque a criança já mamou, já teve a fase de adaptação. É somente um furinho no pé direito, mandamos para o laboratório em Belém. São seis tipos de doenças que podem ser detectadas por meio do exame”, explica Telma Mendes, técnica de enfermagem da Unidade de Saúde da Família Pedro Cavalcante, no bairro Amapá.
Além disso, o exame também detecta o traço falcêmico (gene da anemia falciforme) que não é a doença, mas indica que a criança, ao chegar à fase adulta, e tiver filhos com outra pessoa que tenha a mesma característica, esses filhos poderão ter anemia falciforme, pois a doença só pode se desenvolver quando a pessoa recebe os genes de ambos os pais.
Quando o resultado apresenta alterações, as crianças são encaminhadas para os especialistas e locais adequados para os respectivos tratamentos, explica.
“Aí a gente faz o encaminhamento para o pediatra, para outros exames também que possam confirmar a doença e, se for necessário fazer TFD também para Belém, é feito tudo pelo SUS. Todas as doenças têm como tratar, por isso a importância de fazer o teste do pezinho porque quanto mais cedo você detectar algum tipo de doença é bem melhor para poder se prevenir, para que não venha ter um risco maior na idade adulta”.
Só em 2023, foram 3639 testes do pezinho realizados nas Unidades Básicas de Saúde do município das zonas rural e urbana. Outro local que realiza o teste é o Hospital Materno Infantil que fez 134 testes no ano passado, que é voltado para os recém-nascidos prematuros que estão na Unidade de Cuidados Intermediários (UCI).
“Nossas prioridades são os prematuros, os recém-nascidos graves. Desde 2018 até hoje, já colhemos 335 testes. Dependendo do resultado, quando é fibrose cística, por exemplo, já vem regulado, já vem marcado a consulta para Belém. Deu alteração, já é marcado pelo município, pelo estado, a criança já vai referenciada”, ressalta Vanice Costa, chefe de enfermagem do HMI.
O resultado dos exames é entregue em até dois meses. “Quando há alteração, a gente já tem o feedback, já tem a consulta, já tem todo esse acompanhamento”, conclui Vanice Costa.
Texto: Ronaldo Palheta
Fotos: Karoline Bezerra e Luís Fernando (sob supervisão)