Sol escaldante, areia quente, barracas coloridas e um público… de preto. A cena pode parecer contraditória à primeira vista, mas essa foi parte combinação que tomou conta da Praia do Tucunaré no domingo, 13. No Dia Mundial do Rock, o Maraverão 2025 provou que o ritmo das guitarras distorcidas também tem espaço sob o céu azul e o calor do verão amazônico. Um verdadeiro encontro entre estilos, sons e estéticas marcou a programação especial do fim de semana, com shows da banda Zaila, GD20 e Secular.

A escolha de levar o rock para um espaço tradicionalmente dominado por outros ritmos foi recebida com entusiasmo pelo público e pelos artistas. Além do público em geral que curtiu o evento, também era fácil identificar quem esteve na Praia do Tucunaré para  aproveitar a programação especial  que destaca a pluralidade cultural marabaense e do Maraverão 2025.

“Eu achei muito bacana essa iniciativa, porque a gente sabe que aqui na região tem sim esse público do rock. Marabá tem uma diversidade cultural muito forte e trazer essa alternativa pra cá é valorizar isso”, disse Renato Santos, que ficou ainda mais animado para curtir a praia depois que soube da programação especial com rock.

Já Camila Feitosa, 20 anos, confessou que nem é muito fã de praia, mas não resistiu e foi para curtir o rock.

“Eu vim por causa da Banda Zaila, por causa do rock. É muito legal ver um evento como esse, que acaba trazendo pra cá até quem normalmente não viria. Muito quente, mas muito legal”, explica.

E representatividade foi justamente o sentimento que marcou a estreia da Banda Zaila na praia.

“Foi nossa primeira vez tocando num cenário assim e foi melhor do que a gente esperava. A galera veio, curtiu, estava preparada pro show. O som, a estrutura, o dia lindo, tudo contribuiu. A gente se sentiu muito acolhida”, destaca Rayssa Matayoshi, vocalista da banda.

Com um repertório que mescla rock clássico e pop rock nacional e internacional, a Banda Zaila foi a responsável por abrir a programação e para quem ainda acha que rock e verão não combinam, o Maraverão prova o contrário.

“É uma inovação que mostra o quanto Marabá abraça estilos diferentes. A cidade respira praia em julho, então por que não trazer o rock também pra esse espaço?”, completa Rayssa.

Para a professora Elaise Mascarenhas, 46 anos, o evento foi um acerto total.

“Tinha que trazer o rock pra Marabá. Todo mundo gosta, é um estilo que custa a ter espaço. F’oi muito bom. Essa iniciativa foi maravilhosa”, comentou animada. Ela, que já costuma frequentar a Praia do Tucunaré, elogiou também a estrutura do Maraverão: “Está tudo maravilhoso. Praia limpa, organizada, a iluminação que colocaram está linda e a decoração  também. E os shows? Muito bons, curti demais”.

O secretário de Cultura, Genival Crescêncio, destaca que a ideia é que nos próximos anos o Maraverão abrace mais públicos ainda.

“É bom ver que a população abraça a ideia. Trazer todos os estilos, não só aqui para a Praia do Tucunaré, como para a Arena Z-30. Com diferentes shows, que vão do axé ao rock, incluindo programações católicas, evangélicas. Tem para todos os gostos e perfis”, ressalta.

Para os amantes da música, vale lembrar que o Maraverão continua com apresentações artísticas durante todos os finais de semana, com ritmos variados para agradar todos os gostos. Se no último domingo foi dia de riff e atitude, na quinta-feira, 17, será a vez do Junho Chu, fazer um show com músicas gospel católicas, na arena Z-30.

Além do palco e da música, a arena esportiva também esteve movimentada. Durante o fim de semana, competições de futevôlei e beach soccer reuniram dezenas de atletas e equipes. Segundo o secretário de Esporte e Lazer, Carlos Humberto, só no futebol de areia foram 16 duplas inscritas, além de quatro times no beach soccer masculino.

“E tem mais vindo por aí. Na próxima semana teremos Torneio de Basquete 3×3 e no dia 27, a aguardada travessia do Rio Tocantins, um dos momentos que o público do esporte adora e aguarda. Lembrando que as inscrições ainda podem ser feitas, sempre até a quarta-feira anterior ao dia das competições”, informa  Carlos. 

Texto: Osvaldo Henriques
Fotos: Bill e Paulo Sérgio