Meio Ambiente: Reunião define gestão compartilhada do Parque Ambiental João Anselmo, em Murumuru

Semma, Semed e FCCM têm atribuições definidas na gestão compartilhada do Parque para contribuir com sustentabilidade e reduzir impactos ambientais

Seguindo as definições do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), a gestão do Parque Ambiental João Anselmo, em Murumuru, será feita pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma) em parceria com Fundação Casa da Cultura de Marabá (FCCM) e Secretaria Municipal de Educação (Semed) para contemplar os critérios de proteção, conscientização ambiental e pesquisa científica.

As atribuições foram definidas em reunião no parque, na quarta-feira, 5, com os secretários municipais de Educação, Meio Ambiente, a presidente da FCCM e a gestão da unidade de conservação. Segundo Evandro Barros, titular da Semma, o objetivo é implantar um modelo de trabalho em sustentabilidade para contribuir com a redução de impactos ambientais.

“A Semma ficará responsável pela capacitação e qualificação dos professores, que vão atuar como agentes ambientais. Não só de professores, mas também de representantes de movimentos sociais, dos empreendimentos do município, na tentativa de trabalharmos o parque para servir como modelo de Educação Ambiental e pesquisa para o nosso município”, explica o secretário de Meio Ambiente.

Inaugurado em dezembro de 2024, o Parque Ambiental João Anselmo já está aberto à visitação pública, mas por se tratar de uma área de proteção integral o acesso precisa ser controlado e, por isso, é necessário fazer agendamento. Além disso, não é permitida a entrada de animais domésticos, bebidas alcóolicas, caixas de som ou dispositivos que causem poluição sonora, e é necessário vestir roupas adequadas para acessar às trilhas, tais como sapato fechado e calça.

São 6 trilhas, com extensões variadas para contemplar pessoas de todas as idades. Segundo o professor Manoel Ananis Lopes, biólogo e gestor do parque, os passeios são feitos somente com supervisão de um dos guias e em grupos de no mínimo 15 e no máximo 30 visitantes.

“Não são regras nossas. É regra do Sistema Nacional de Unidades de Conservação. O parque está aberto para as escolas, universidades, indígenas e população em geral que quiser conhecer o parque e saber um pouco sobre a nossa flora e a nossa fauna, mas tem que ser agendado”, reforça o gestor do parque.

O contato da população com a natureza é fundamental para fortalecer a conscientização ambiental, por isso conforme decidido na reunião entre as pastas do município que serão responsáveis pela gestão do local, a Semed fará o gerenciamento da educação ambiental.

“A Semed vai trabalhar para ampliar não apenas a discussão, mas a prática também dessa Educação Ambiental. O conscientizar é algo que tem uma plenitude maior e eu, enquanto educador, aprendi desde cedo que a natureza é nossa maior professora. Historicamente falando, ela sempre foi nossa professora e a gente continua aprendendo com ela. A Semed vai trazer projetos, que vão trazer alunos, vão trazer a comunidade, vão fazer desse espaço um lugar também que não só preserve, mas também que eduque e que transforme”, explica o secretário de Educação, Cristiano Lopes.

Outra importante atribuição do parque diz respeito a contribuição com a pesquisa científica, pois já foi feita a catalogação de fauna terrestre que identificou 92 espécies, sendo 62 de aves, 19 mamíferos e 17 répteis e anfíbios. Também conforme definido na reunião realizada no parque, essa supervisão ficará a cargo da Fundação Casa da Cultura de Marabá.

“É muito importante a participação de todos nesse parque que é uma verdadeira joia para o município de Marabá, que é esse parque ambiental. A Fundação Casa da Cultura vai participar com a produção científica, catalogando os animais e as plantas para identificar se há espécies que só tem aqui nesse lugar e contribuir com a preservação”, afirma Thaís Cariello Martins, presidente da FCCM.

Segundo o relatório científico coordenado pelo professor Ananis, foram encontradas vivendo no parque 3 espécies ameaçadas de extinção: Jacu, Guariba de Mão Ruiva e o Sagui (mico preto).

“Como todos podem ter observado aqui ao redor não existe mais floresta. Então, o parque serve de refúgio para esses animais. Quando falamos em sustentabilidade ambiental é você trabalhar em conjunto com a natureza. Esse também é o objetivo do parque fazer com que a população entenda a importância desse local e que trabalhe em conjunto com a gente ajudando a preservar”, informa Ananis, gestor do parque.

A estrutura do Parque Ambiental João Anselmo inclui sala de capacitação, laboratório, sala de apoio, cozinha e alojamento para estudantes e pesquisadores, além da área de vivência projetada para que os visitantes realizem piquenique. A equipe é composta por 13 servidores, entre técnicos ambientais, estagiários de engenharia florestal, agentes patrimoniais, instrutores de trilha e biólogo.

Serviço:

O parque funciona de terça a domingo, das 8h às 15h e as visitas devem ser agendadas pelo WhatsApp, no número (94) 99186 2679, e por e-mail, pelo contato ananis.ambio@gmail.com.

Texto: Fabiane Barbosa
Fotos: Igor Leite
Drone: Sérgio Barros