“É muito bom, é muito gostoso, eu adoro, eu repito duas vezes. O que eu mais gosto é a sopa, porque tem bastante verdura e macarrão”. Esse elogio é da Maria Cecília da Silva, aluna do 4° ano da Escola Cristo Rei, no bairro Jardim União.

Ela faz parte dos mais de 54 mil alunos das redes municipal e estadual de ensino atendidos pela merenda escolar elaborada cuidadosamente pelo Departamento de Alimentação Escolar da Secretaria Municipal de Educação (Semed). São cerca de 100 mil refeições diariamente feitas nos Núcleos de Educação Infantil (NEI) e escolas municipais e estaduais. Para deixar o cardápio dos estudantes mais saboroso e nutritivo, as as merendeiras passaram por uma capacitação sobre as boas práticas em nutrição e manuseio dos alimentos, no início do mês de agosto. Uma das participantes foi a merendeira da Escola Cristo Rei Dhuliana da Silva que junto com outras profissionais ajuda a alimentar quase 600 alunos.

“No dia de comida, a gente tem que chegar já colocando as águas no fogo, cortando temperos, para poder colocar o mais rápido possível as panelas no fogo para poder dar tempo, porque o recreio é muito rápido. A gente não pode fazer carne de um dia para o outro, tem que ser preparadinho no dia, temperadinho, feito no dia pra ficar uma comida bem gostosa, saborosa, do jeito que eles gostam”, destacou.  

Quando chega a hora do recreio, que acontece primeiramente para os alunos menores, de 1° ao 4º ano, todos cantam a musiquinha do lanche e fazem uma oração agradecendo o alimento. “Vamos montando o pratinho, colocando a colher dentro e eles vão na filinha. É cansativo, mas no final quando a gente recebe o elogio deles dizendo que ‘tá gostosa, que tá saborosa’, que eles vêm repetir, a gente fica grata quando eles falam – ‘tia, nossa! Hoje a senhora arrasou. Tia, hoje a comida tá divina, tá maravilhosa’ – aí a gente esquece todo o cansaço que a gente passou aqui na preparação e enche o coraçãozinho de alegria”, conta emocionada. 

O aluno do 4° ano, Danilo Carvalho, é um dos que repetem a merenda. “O meu prato favorito é carne, arroz, a salada com a banana. E o prefeito tem que começar a mandar açaí pra gente, porque todo mundo aqui gosta bastante de açaí. E pega subindo que descendo é contramão”, falou rindo do jargão do prefeito.  

A Anne Hadassa da Silva, do 3° ano, também é só elogios. “A coisa que eu mais gosto daqui é a salada. Eu amo salada. Salada é muito boa para as crianças. E eu, como sou uma criança, preciso comer salada e legumes para ficar mais forte. E depois da comida a gente precisa escovar os dentes. Eu gosto muito da comida daqui”, enaltece. 

Por falar em salada, o cardápio é bem variado e nutritivo elaborado por seis nutricionistas, como explica a coordenadora do departamento de Alimentação Escolar, Gláucia Nogueira. “Elas fazem esse preparo pensando em todos os alimentos que serão elencados nesse cardápio para que atenda a questão nutricional de todos os nossos alunos mediante a faixa etária de cada um deles. O cardápio tem que respeitar todas as questões, desde cultural à sazonalidade da oferta dentro do nosso município”, informa Gláucia.   

A Joicy Oliveira é uma das nutricionistas. Ela ressalta que o cardápio, tanto para escolas da cidade quanto do campo, inclui hortaliças, legumes, proteínas, cereis e frutas, para que o prato seja bem harmônico.

“A gente sempre procura objetivar que esse cardápio seja o mais variado possível, melhorando a oferta, para que também se tenha aquele prato convidativo, para que o aluno possa ver, comer com os olhos e ter uma alimentação satisfatória. A gente pensa qual é o tipo de proteína. Temos uma diversidade muito grande. Utilizamos frutas como laranja, melancia, mamão, maçã, tudo isso para melhorar a oferta nutricional dentro da escola”, argumenta. 

Toda a alimentação escolar segue o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), que é um programa do governo federal que visa garantir a alimentação escolar de qualidade para alunos de escolas públicas. O programa transfere recursos financeiros para estados, municípios e escolas federais para a compra de alimentos e a realização de ações de educação alimentar e nutricional.  

“Isso é vivenciado todos os dias quando a criança está na escola. Para a garantia da segurança alimentar, do crescimento, do desenvolvimento e da educação da criança, é excelente. A alimentação escolar tem um grande papel na vida daquela criança. É uma função social. É um dos pilares para que aquela criança consiga se desenvolver. A alimentação adequada na escola é um direito”, pontua Joyce. 

Os alimentos que vão para o prato dos alunos são oriundos da agricultura familiar e do pregão eletrônico em que empresas fornecem os produtos considerados estocáveis como arroz, feijão, macarrão, óleo, sal, açúcar etc.

“Os produtos estocáveis são entregues para as unidades de ensino pela coordenadoria de merenda escolar e os itens perecíveis são entregues pelos fornecedores diretamente nas escolas e NEI’s, mediante um cronograma que é enviado mensalmente. No caso das escolas do campo, os produtos perecíveis são enviados pelo departamento. Eles chegam até aqui, avaliamos, conferimos, vemos se está tudo ok e destinamos até a unidade de ensino”, informa.   

Texto: Fabiana Silva
Fotos:  Sara Lopes 

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