Semed: Núcleo de Atendimento Especializado para Alunos do Espectro Autista atende 105 crianças
Desde setembro de 2022, Marabá tem um novo espaço para atender um público bem específico: o Núcleo de Atendimento Especializado para Alunos do Espectro Autista (NAETEA), que atende crianças de 3 a 5 anos, com atendimentos específicos para formação das crianças autistas.
São 105 crianças de 3 a 15 anos sendo atendidas. Elas frequentam o local um dia por semana, tendo quatro tipos de atendimentos pedagógicos diferentes, como explica a coordenadora pedagógica do NAETEA, Queilueette Pereira Cabral.
“Temos atendimentos com psicomotricidade, musicoterapia, arteterapia, duas salas de TEA para estimular o cognitivo da criança e temos a sala de estimulação sensorial. Sendo esta última apenas para crianças de 3 a 6 anos”, comenta.
Os atendimentos acontecem de segunda a quinta-feira e seguem um cronograma para dar conta de todas as crianças. As atividades demoram cerca de 45 minutos cada uma. “É Importante para eles porque aprendem atividades da vida diária e estimular a questão cognitiva. Professores ensinam a vestir roupa, atividades que capacitam ele para o futuro, que consigam viver em sociedade. Pegar um ônibus, se vestir, comer, para que cresçam e se tornem independentes”, destaca Queilueette.
São seis salas de aula, cozinha, refeitório e três banheiros, sendo um adaptado e uma sala de material adaptado. “Temos o banheiro adaptado para crianças autistas que têm comorbidades, deficiência física. Já a sala de material adaptado, que fica uma professora que produz esse material, que é utilizado em sala de aula. Os professores pedem e ela faz para eles utilizarem com as crianças”, complementa.
O núcleo atende alunos da rede pública do município. Os professores das salas de recurso da escola passam todo o histórico dos alunos para o profissional do núcleo, assim como avaliação médica. “Esse critério foi feito e encaminhamos o documento onde os professores da sala de recursos passam a vida do aluno para gente, fizemos a seleção a medida que as mães vinham, por que a demanda é muito grande”, explica.
As atividades são sempre no contraturno escolar das crianças.
Em breve, o local passará a oferecer alguns atendimentos clínicos às crianças, como psicólogo, terapeuta ocupacional e fonoaudióloga. A partir de quarta-feira (15), já será iniciado o atendimento com a terapeuta ocupacional, que ocorrerá três vezes por semana.
O professor de psicomotricidade do NAETEA, José Antônio César da Silva, explica que os profissionais atuam baseados nesses relatórios e por meio de entrevista com os pais, pois cada aluno autista tem um atendimento personalizado.
“Cada autista, além dos graus distintos, leve, moderado e severo, cada um deles é um universo. Temos que nos basear no diagnóstico, nas investigações enviadas para gente através das entrevistas e orientações dos neurologistas e psicólogos para iniciarmos o trabalho dentro das possibilidades desse aluno. Para cada é um plano diferente”, esclarece.
No caso da psicomotricidade, o trabalho é feito para melhorar a coordenação motora, velocidade de reação, força, resistência e agilidade dos alunos. “Começamos pela coordenação com vários implementos e criamos brinquedos e atividades. Trabalhamos a visão lógica. Se possível, partimos para o esporte com o qual ele tem finalidade”, reitera, destacando que, apesar dos poucos meses de funcionamento, já vem sentido a melhora dos resultados nos alunos.
“A gente percebe que no dia a dia, alunos que tinham dificuldade até de verbalizar vão melhorando. Quando ensinamos lateralidade e falamos lado e ele faz e vai, é o prêmio, sinal que o trabalho está dando resultado”, complementa.
Texto: Osvaldo Henriques
Fotos: Sara Lopes