No amanhecer do sábado, 12, as ruas do Núcleo Cidade Nova se tornaram palco da 3ª Caminhada de Conscientização sobre o Autismo, promovida pela Rede de Apoio de Mães e Pais Atípicos (Rampa), com apoio das Secretarias Municipais de Educação (Semed) e de Saúde (SMS).

O trajeto, que partiu da Secretaria Municipal de Saúde e seguiu até à Praça São Francisco, foi percorrido por famílias, profissionais da saúde e educação, forças de segurança, estudantes, representantes de instituições públicas e privadas, todos movidos pelo desejo de um mundo mais inclusivo.

Cada passo na Rodovia Transamazônica carregava o peso de histórias reais e o desejo coletivo de visibilidade, respeito e empatia para com as pessoas autistas. Entre cartazes coloridos, faixas e sorrisos, Tayane Duarte Miranda, mãe de João Lucas, de cinco anos, é uma das pessoas que participaram desse dia de luta e conscientização.

“É cada dia uma luta, um desenvolvimento, uma alegria. Cada pequena conquista é uma vitória muito importante”, disse Tayane, emocionada. “As pessoas precisam conhecer, se importar. Nossos filhos são importantes pra sociedade.”

A caminhada, organizada pela Rampa, tem como principal objetivo ampliar o debate sobre o autismo e reforçar que pessoas neuroatípicas têm lugar em todos os espaços.

“Nós queremos que nossos filhos sejam vistos como pessoas. Eles têm emoções, sentimentos e fazem parte desse mundo. Precisam de empatia, de informação, de respeito e de inclusão”, destacou Liliane Moura, vice-presidente da Rampa. Ela enfatiza que o grupo acolhe não só pessoas com autismo, mas todas aquelas que vivenciam algum tipo de neurodivergência.

Além das famílias, a mobilização contou com a participação de diversas entidades, como o Núcleo de Atendimento Especializado aos Alunos com Transtorno do Espectro Autista (Naetea), clínicas particulares, Universidade Estadual do Pará (UEPA), Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), Faculdade de Medicina, Câmara Municipal, Polícia Federal, Polícia Militar e o DMTU. Ao final do trajeto, na Praça São Francisco, foram distribuídos panfletos informativos e lanches, encerrando o evento com diálogo e acolhimento.

Para Lanuzia Cunha, primeira-dama de Marabá e psicóloga de formação, o momento foi simbólico, necessário e faz parte de um esforço para fortalecer a voz de quem, por muito tempo, foi invisibilizado. Tornando a cidade uma ponte entre o desconhecimento e o entendimento, entre o preconceito e o acolhimento.

“Marabá caminha, com os olhos voltados para o futuro e os braços abertos para todos. A gente acredita na possibilidade de construir uma cidade que respeite as diferenças e que dê recursos para que as nossas famílias atípicas possam se desenvolver. É um privilégio participar dessa caminhada, ver essa força e garantir que vocês saibam: podem contar comigo. Estamos muito empenhados em fazer uma transformação verdadeira na cidade”, conclui. 

Texto: Osvaldo Henriques
Fotos: Paulo Sérgio e Rapharazzo

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