Saúde: Importância da conscientização ao combate à tuberculose, fique atento aos sinais
Hoje, 24 de março, é o Dia Mundial de Combate à Tuberculose, que em Marabá tem acompanhamento e tratamento por meio da rede de Atenção Básica. Qualquer pessoa que tenha os sintomas deve procurar uma UBS para avaliação
Tosse crônica por mais de um mês, associada ou não à febre, perda de peso, mal-estar, é indicativo de que você pode estar com tuberculose. No município há 72 pacientes ativos que recebem o acompanhamento semanalmente nas Unidades Básicas de Saúde. A Tuberculose é uma doença que ainda registra casos todos os anos e pode levar a óbito.
O dia 24 de março é considerado o Dia Mundial de Combate à Tuberculose. Em Marabá, a rede de Atenção Básica realiza o acompanhamento e tratamento da doença.
Quando o paciente apresenta os sintomas, ele deve procurar a UBS onde passará por avaliação e encaminhamento para a realização do exame. Caso o resultado seja positivo, há a notificação para o Ministério da Saúde e início do tratamento.
“Paciente de Tuberculose nas UBS, dependendo do caso, pode chegar com a tosse e ser atendido no mesmo dia. É feito um encaixe para o enfermeiro ou o médico realizarem o atendimento e fazem o Teste Rápido Molecular para Tuberculose (TRM), que o resultado sai em 24 horas. Se der positivo, eles já iniciam o tratamento”, comenta Lília Moura, coordenadora de Doenças Crônicas da Secretaria Municipal de Saúde (SMS).
Esse exame é realizado pelo Laboratório Central (Lacen) de forma indireta, ou seja, ele não vai passar pela regulação. É feito através de formulário específico preenchido e entregue ao paciente . “O paciente faz a coleta do escarro, ele mesmo faz a coleta do escarro e tem um lugar específico no Lacen, onde recebem esse paciente e fazem o exame”, complementa.
Em caso positivo, a medicação para o tratamento é retirado nas UBS. As unidades já têm uma certa quantia de medicamento porque tem pacientes que fazem tratamento registrado. “Fornecemos uma semana de tratamento para esse paciente e já é reposta essa medicação na unidade”, complementa.
Outra atuação importante é a do Agente Comunitário de Saúde (ACS) que tem um contato maior com as pessoas que moram na área de cobertura da UBS e, assim, podem identificar possíveis casos.
O período de acompanhamento, que dura seis meses, toda semana o paciente toma uma dose da medicação, que é supervisionada por um enfermeiro. Os dois primeiros meses são a fase intensiva do tratamento realizado com quatro tipos de medicamentos, enquanto os meses restantes são a fase de manutenção. Ao longo do tratamento, os pacientes fazem a baciloscopia de escarro para saber se as medicações surtem efeito no combate ao bacilo.
“A pessoa toma aqui a dose e leva as outras medicações durante a semana para tomar. Caso precise passar com o médico, aí ele vai, o médico analisa a situação dele. Pode ser também que alguns pacientes tenham resistência à medicação, vai fazer outros exames e entrar com outro tipo de tratamento”, reitera a coordenadora Lília Moura.
É importante que o paciente siga o tratamento corretamente, tomando os remédios em jejum, até o fim, para evitar que em uma recaída da doença a bactéria causadora fique resistente aos medicamentos. Em casos mais delicados, quando, por exemplo, o paciente é alcoólatra, é necessário que o acompanhamento seja feito mais de perto. No Tratamento Diretamente Observado (TDO), o agente comunitário ministra o medicamento junto ao paciente ou ele vai à unidade para tomar a medicação.
Quando o paciente não comparece ao dia marcado para tomar a medicação ou simplesmente abandona o tratamento é realizada busca ativa para garantir o tratamento.
A alta do tratamento ocorre quando a baciloscopia apresenta resultado negativo. Quando o paciente não consegue fazer o exame de escarro, realiza-se o exame de imagem, como o raio-x ou tomografia do tórax.
O médico infectologista Harbi Othman explica que o risco de transmissão é maior quando a doença não é descoberta.
“Então, uma pessoa que tem a doença, se não está diagnosticada e tratada, quando ela tosse, ela pode estar transmitindo para todo mundo que está próximo a ela. Para quebrar a cadeia de transmissão, é muito importante que a gente identifique os pacientes com a doença e inicie o tratamento oportuno para o bem dela e para controle e prevenção da população de uma forma geral”, ressalta.
Ele ressalta que a Tuberculose pode dar em qualquer lugar do corpo, mas a mais comum é a pulmonar e que o tratamento da Tuberculose só é oferecido pelo Serviço Único de Saúde (SUS). “É um tratamento gratuito, o acompanhamento é feito na própria unidade de saúde do seu bairro. Então, fundamental é perceber que pode ter o diagnóstico e procurar o atendimento. É importante que a família ou quem mora na mesma casa desse paciente seja consultado também, para avaliar outras formas de doença ou um risco maior de desenvolver”, complementa.
Se o resultado for reagente, significa que o paciente tem o bacilo de Koch no organismo. A seguir, realiza-se o raio-x e se os resultados estiverem dentro da normalidade, o paciente não desenvolveu a tuberculose mesmo tendo o bacilo, que é a Infecção Latente de Tuberculose (ILTB). Nesse caso, há o tratamento para que a doença não se desenvolva.
Texto: Osvaldo Henriques
Fotos: Secom