SAÚDE: Direção Técnica do HMI faz coletiva sobre o caso Simone
“A Secretaria de Saúde já solicitou ao CRM e ao MP que investiguem o caso”, afirmou o diretor técnico do HMI.
A coletiva de imprensa aconteceu às 15 horas, no auditório do gabinete da prefeitura com o diretor técnico do Hospital Materno Infantil (HMI), Fábio Oliveira Costa, que concedeu as informações sobre o caso da parturiente Simone de Souza Nascimento, de 29 anos. Ela foi a óbito no dia último dia 04, após a maternidade realizar todos os procedimentos tomados na tentativa de salvar a vida da paciente. As informações são baseadas no prontuário de Simone.
Segundo Dr. Fábio Costa, Simone havia sido internada no HMI no dia 03 e com 40 semanas e cinco dias de gestação, ou seja, estava dentro do limite normal que é de até 42 semanas.
“Em todo o caso, ela estava dentro do prazo de resolutividade da maternidade que é de 40 semanas, e isso aliado ao histórico da paciente, de parto cesáreo, a equipe médica só marcou a cesariana para o dia seguinte, já que a paciente havia se alimentado”, destacou o diretor do HMI.
O Doutor Fábio esclareceu ainda que “cirurgias em pacientes alimentadas provocam risco de vômitos, broncoaspiração e pneumonia química alimentar, sendo optado deixa-la em jejum para no outro dia fazer a cirurgia em condições mais adequadas”.
Por outro lado, o médico explicou que a paciente entrou em trabalho de parto normal de forma espontânea às quatro horas e 26 minutos da manhã do dia 4 de janeiro e imediatamente foi levada ao centro cirúrgico. O diretor do Hospital Materno Infantil ressaltou que diferente de 1819, época em que se acreditava não ser possível um parto normal após a mulher ter tido um parto cesáreo, já é um consenso nas Sociedades Brasileira e Americana de Medicina que essa prática é perfeitamente possível e ocorre há muitos anos.
Doutor Fábio esclareceu que o quadro de Simone se complicou após o parto, devido a uma atonia uterina, quando o útero não contrai adequadamente para impedir o sangramento. No entanto, a equipe realizou todos os procedimentos estabelecidos no protocolo da maternidade.
“Foi realizado medicações com drogas uterotônicas mas a paciente continuou sangrando. Foi pedido sangue para estabilizar, foi infundido soro “Hinger” para que ela fosse submetida a uma cirurgia de urgência para a retirada do útero, mas o caso complicou rapidamente e mesmo com todas medidas tomadas ela teve uma parada cardiorrespiratória e veio a óbito”, disse.
O diretor afirmou ainda que a paciente foi acompanhada o tempo todo pela equipe médica e não que houve negligência no caso. Todavia, a direção da casa de saúde declara que foi aberta uma sindicância para apurar o caso. Da mesma forma, o HMI informou que já enviou ao Conselho Regional de Medicina e ao Ministério Público do Estado ofícios solicitando a coparticipação na apuração. Além disso, Doutor Fábio deixou claro que, caso a família queira, a necropsia do corpo pode ser solicitada, algo que o HMI faz questão.
O HMI realiza cerca de seis mil partos por ano. Em 2018, houve apenas um óbito na maternidade. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o índice mundial é de 20 mortes maternas para cada 100 mil nascidos vivos.