Saúde: Conheça a história de um doador de sangue que pratica o ato de solidariedade que salva vidas há 35 anos
Hoje, 14 de junho, Dia Mundial do Doador de Sangue, Neurivaldo Bezerra fala sobre a importância de ajudar as pessoas com este ato que transforma vidas
Neste Dia Mundial do Doador de Sangue, vamos conhecer a história de Neurivaldo Bezerra, que é doador há 35 anos e faz do gesto um ato recorrente em sua vida. Tudo começou quando Neurivaldo serviu ao Exército, em 1989. Na época, ele conta que a corporação incentivava os soldados a doarem sangue. Mesmo depois de sair das Forças Armadas, em 1990, adotou o hábito.
Desde então, Neurivaldo, hoje aos 53 anos, doa sempre que está apto. Quando ele começou a doar, o intervalo recomendado era de seis meses. Atualmente, o intervalo para homens doarem é de dois meses, e para as mulheres é de três meses.
“O doador tem o papel de ser a luz no fim do túnel de alguém que está necessitado. Eu me sinto bem de fazer isso. É lógico que depende muito do estado físico e saúde. Sempre que eu posso, procuro manter as minhas doações de três em três meses. Na minha família, umas quatro ou cinco pessoas, nesse período longo que me tornei doador, já necessitaram de doação”, afirma Neurivaldo Bezerra.
Para ele, o ato é uma forma de levar esperança para quem precisa da doação, assim como incentivar mais pessoas a irem ao hemocentro. Ele também participa de um projeto da Igreja Adventista do Sétimo Dia, que faz parte, chamado Vida por Vidas, de incentivo à doação de sangue.
“A nossa igreja tem um trabalho com os jovens e se preocupa muito com isso. Nós temos um slogan na igreja que fala que somos doadores de vida e fecha muito com essa realidade do Hemopa. Temos uma parceria com o Hemopa junto com a área de jovens da nossa igreja. Então, a gente está sempre ali envolvidos, desbravadores, equipe jovem, se envolvendo nessa trajetória de ser esse instrumento de Deus para aqueles que estão precisando”, ressalta.
Sandra Helena Viegas é bioquímica e farmacêutica do Hemopa. Ela explica que, em cada doação, é coletada uma bolsa com 460 ml de sangue, que pode ajudar até quatro pessoas. Então, em um ano, um doador como Neurivaldo, que faz, em média, quatro doações em 12 meses, pode ajudar até 16 pessoas. Em dez anos, por exemplo, até 160 pessoas podem ser ajudadas.
“Uma bolsa de sangue pode ajudar até quatro pessoas porque dentro de uma bolsa só, nós produzimos outros hemocomponentes, que são solicitados: concentrado de hemácias, que é o mais usado; plasma, devidos os fatores de coagulação; plaquetas para conter hemorragia; e o crioprecipitado que conserva os fatores de coagulação”, explica.
Entre os requisitos para ser doador de sangue é necessário ter mais de 18 anos; ter dormido bem na noite anterior; estar bem alimentado; ter mais de 50 kg; estar em bom estado de saúde. Outras questões são analisadas durante a triagem, em que o doador responde algumas perguntas. Menores de 16 anos podem doar mediante autorização dos pais ou responsáveis.
A profissional ainda ressalta que durante o período de férias, as doações diminuem. Ela faz uma chamada incentivando as pessoas a doarem sangue.
“Vai chegando julho, que todo mundo aproveite, que faz parte da nossa vida social. Porém, nós temos que fazer o nosso papel como cidadão para passar no banco de sangue e deixar um pouquinho dessa matéria prima que é muito valiosa, impagável, insubstituível, que é o sangue. Porque pode não servir para a gente porque a gente vai se divertir, mas existem pessoas que dependem do sangue para sobreviver porque estão fazendo tratamento, existem doenças crônicas como anemia, talassemia, e que dependem do sangue para sobreviver”, explica a servidora do Hemopa.
Algumas pessoas podem ter receio em doar, com medo da agulha ou de dor, mas é importante frisar que o Hemopa tem uma equipe disponível para ajudar o doador nesse momento. Neurivaldo Bezerra resume bem a importância do gesto.
“O que há, na verdade, é uma solidariedade, um sentimento para com o outro, para com o próximo que está precisando”, conclui.
Texto: Ronaldo Palheta
Fotos: Paulo Sérgio Santos