Como fruto de uma parceria entre a Defensoria Pública do Pará e a Prefeitura Municipal de Marabá, aconteceu na manhã da última quarta-feira, 25, o 1º Encontro de Gestantes – Maternidade Consciente, na Unidade de Saúde da Família Dr. Emerson Caselli com atendimentos jurídicos, roda de conversa, atividades recreativas e entrega de brindes para gestantes atendidas na unidade.

A coordenadora da Estratégia de Saúde da Família, Simone Campos, explica que a ação é um projeto piloto que deverá ser expandido para outras unidades de saúde.

“Provavelmente o próximo local será a Nova Marabá, com esse público-alvo, procurando sempre essa parceria, trabalhar também os direitos delas e buscando ampliar também o conhecimento com as redes parceiras como o HMI, Crismu, CTA e outros órgãos. Estamos também trabalhando a conscientização delas durante atividades de pré-natal, sala de espera nas unidades de saúde, durante as visitas domiciliares, nós vamos dessa forma propagando e descentralizando também a informação”, argumenta.

Na roda de conversa, as gestantes receberam orientações sobre o pré-natal, violência doméstica e sobre os atendimentos jurídicos ofertados neste dia dentro da unidade. Nacaíra Caldas, coordenadora do departamento de Saúde da Mulher da Secretaria Municipal de Saúde, conta como foram essas orientações.

“Falamos sobre o pré-natal para que as gestantes façam esse pré-natal com o mínimo possível de consultas pra que ela possa avançar, se sinta segura no parto, aí ela já vai ter já todo esse conhecimento. Pautamos os tipos de violência doméstica para que ela possa reconhecer e a partir desse momento nós conseguimos reverter a situação atual ao qual nós estamos vivendo não só local, mas de forma mundial, porque são tipos de situações direcionados para nós mulheres que se nós não conseguimos dar um basta, a gente acaba sendo lesada. Nós estamos com esse projeto desse encontro da gestante para que a gente possa conseguir alcançar o maior quantitativo de mulheres. Estamos colocando para circular esse projeto em todas as UBS”, informa.

A defensora pública da Mulher, Nara de Cerqueira, disse que a demanda surgiu de uma pesquisa interna.

“A gente já observou na Defensoria há alguns anos, depois de realizarmos uma pesquisa interna com as nossas assistidas, um percentual muito alto de mulheres que sofrem violência doméstica durante o período da gestação. Então por isso a gente viu essa necessidade de se trabalhar com as mulheres, conscientizando-as sobre os seus direitos. E além disso, tem a questão também dos direitos dela relacionados à humanização do parto. Então nós resolvemos fazer esse momento específico com essas mulheres pra que elas tenham consciência de quais são as suas questões, como elas podem buscar ajuda para mudar esse cenário de violência contra a mulher”, fundamenta a defensora.

Erickson Rodrigues, coordenador da Defensoria Pública do Pará, afirma que essa atividade é de caráter preventivo.

“Essa atividade, na verdade, acentua o caráter preventivo da ação, ou seja, antes do problema se consumar. O nosso objetivo é a educação em direitos e também dar consciência para as mulheres acerca dessas situações de violência tanto no âmbito familiar, como também em situações que precisam conhecer os seus direitos. Então, na verdade, a gente acentua essa questão da prevenção para evitar a deflagração de outros problemas que depois ficam mais difíceis de ser resolvidos”, garante.

Uma das gestantes que participou da ação foi a dona de casa Niurene dos Reis, que teve suas dúvidas respondidas e aprendeu mais sobre os próprios direitos.

“É muito interessante para nós mulheres porque a gente vê que precisa conhecer mais da maternidade, em questão das mulheres que sofrem violência, a gente tirou várias dúvidas aqui sobre isso, que tem muitas mulheres por aí que não sabem, às vezes sabem, mas não têm coragem de procurar os direitos, e aqui a gente se sentiu super à vontade para isso, para esclarecer as coisas. Eu mesma tinha muitas dúvidas, tirei minhas dúvidas sobre isso, o direito da mulher, da gestação, da dona de casa, de tudo”, enumera.

Texto: Fabiana Alves
Fotos: Lúcio Silva