Em casos em que o bebê nasce prematuro ou que precisa de cuidados de oxigenoterapia, hidratação venosa e antibioticoterapia é a Unidade de Cuidados Intermediários (UCI) a responsável por salvaguardar a vida dos recém nascidos. Somente em 2024, o Hospital Materno Infantil de Marabá (HMI) atendeu 258 recém-nascidos, no setor disponível apenas para esse tipo de atendimento e que conta com 10 leitos.

A UCI do HMI possui a infraestrutura médica necessária para o atendimento intermediário como incubadoras, berços aquecidos, aparelhos de ventilação mecânica, bombas de infusão e oxímetros para monitor cardíaco, por exemplo.

“Todos os equipamentos que realmente necessitam para UCI ou até mesmo para UTI”, reforça Alba Rocha, pediatra intensivista e responsável técnica pelo setor.

A duração de cada internação depende de como o bebê reage ao tratamento. A avaliação ocorre todas as manhãs com a visita médica e mediante exames laboratoriais de rotina. Alguns sinais positivos de evolução no quadro do recém-nascido são quando ele passa da dieta por sonda para a amamentação ou quando não precisa mais da oxigenoterapia e da hidratação venosa.

Durante a internação, os pais estão sempre por perto e podem visitar o bebê a hora que quiserem. “Os pais têm livre acesso. Eles entram no horário que quiserem. Normalmente, às 16h, a gente conversa com eles, fala o estado clínico”, comenta a médica.

A equipe é composta por auxiliares de serviços gerais, 15 técnicos de enfermagem, três enfermeiros, quatro pediatras, dois neonatologistas, um pediatra e neonatologista, fonoaudióloga e três fisioterapeutas, que atuam nas partes respiratória e motora dos bebês. 

Desde o início de 2025, foram 43 internações. No dia a dia, o HMI lida com casos delicados como bebês com má formação, cardiopatas e prematuros – aqueles que nascem com menos de 37 semanas. Em 2024, 47% das internações na UCI eram de prematuros menores de 34 semanas.

A equipe de enfermagem é fundamental por ser a responsável por realizar atividades como administrar medicações, hidratação, fototerapia para as crianças com icterícia, banho, troca de leitos e limpeza de incubadoras e berços, por exemplo. 

A alimentação dos recém-nascidos ocorre em duas modalidades, por sonda orogástrica ou via oral. Quando o bebê apresenta boa sucção, vai para a amamentação com a mãe. É quando entra em campo o estímulo ao aleitamento materno com a equipe de enfermagem e fonoaudióloga.

A diretora de enfermagem do HMI, Denízia Francisco, pontua que as equipes passam por capacitação a fim de aperfeiçoar e manter em constante atualização o atendimento na UCI.

“Nós temos uma enfermeira só para capacitação dos funcionários e sempre nossos treinos são com materiais, equipamentos e técnicas novas”, destaca.

Mesmo que o HMI não seja um hospital de alta complexidade, a pediatra Alba Rocha ressalta o empenho da equipe para que os recém-nascidos que precisam da UCI tenham uma boa recuperação

“É um sentimento gratificante, principalmente quando a gente tem os prematuros, muitas vezes, extremos que, na verdade, teriam que ter nascido até no hospital de alta complexidade. Mesmo nos desafios, a gente consegue desenvolver um bom trabalho em prol da comunidade, de uma gestante. Cuidar de criança é gratificante. A gente sofre quando a criança está doente, mas quando o bebê tem alta, meu Deus, é uma felicidade mesmo”, afirma.

Texto: Ronaldo Palheta
Fotos: Sara Lopes