Saúde: HMM fortalece humanização no atendimento e acolhimento aos pacientes e servidores
Com o objetivo de melhorar cada vez mais a qualidade do atendimento aos pacientes e o ambiente de trabalho aos servidores, HMM oferece treinamentos contínuos
O Hospital Municipal de Marabá (HMM) ampliou ações de humanização visando o melhor atendimento aos pacientes e também a qualidade nas relações de trabalho dos 700 servidores.
Os servidores, divididos em 22 coordenações, que compõem o hospital, passam por treinamentos constantes para aprimorar os serviços oferecidos em cronogramas semanais e mensais. Além disso, as campanhas que ocorrem no decorrer do ano como Janeiro Branco (saúde mental), Setembro Amarelo (prevenção ao suicídio), Outubro Rosa (câncer de mama) e Novembro Azul (câncer de próstata) são oportunidades para palestras e ações direcionadas ao cuidado com os servidores.
“A gente tem conseguido otimizar esse serviço, a mão de obra para o nosso cliente, que é o paciente que vem procurar atendimento. Essa metodologia de aprendizagem, que é a educação continuada, é composta por pedagogos, psicólogos, enfermeiros do trabalho e engenheiro de segurança do trabalho. Nós temos visto resultado no melhoramento dos atendimentos aqui no HMM”, ressalta Ricardo Emanuel Araújo, diretor administrativo do hospital.
Em 2020, o HMM participou do Lean nas Emergências, projeto do Ministério da Saúde em parceria com o Hospital Sírio-Libanês, cujo objetivo é a redução das superlotações hospitalares ao utilizar uma metodologia de análise dos fluxos e de otimização de recursos e espaços. A iniciativa veio ao encontro de necessidades do hospital, que é porta aberta e atende cerca de 20 municípios da região, além da demanda de Marabá.
Ricardo Emanuel Araújo explica ainda que desde essa capacitação, o hospital está em constante aprimoramento por meio de cursos e palestras que acontecem ao longo do ano e atualizam as equipes sobre as melhores práticas em cada área.
“No Lean nas Emergências nós tivemos médicos, equipes de capacitação sobre como trabalhar, atender, sobre como o hospital deve funcionar de forma humanizada. De forma alguma, devemos trabalhar sem estar treinando e melhorando o nosso serviço. O que nós queremos é que a população seja atendida num formato essencial para que ela seja compreendida dentro desse formato. Que você venha, tenha seu atendimento, melhore, que receba o que almeja quando procura a unidade hospitalar, que é de fato ser atendido, melhorar e retornar para sua casa”, reitera.
Apoio psicológico e social
O HMM fornece apoio de assistência social e psicológica para os pacientes atendidos, levando em consideração alguns fatores, como a solicitação da equipe médica, além de questões socioeconômicas.
A psicóloga Carolina Costa explica que o serviço está aberto às solicitações médicas, da equipe de Enfermagem e da Assistência Social. Há ainda as demandas espontâneas, quando os pacientes vão ao setor de Psicologia para solicitar atendimento. As profissionais também realizam visitas aos leitos para verificar se há solicitações de atendimento.
Por semana, são cerca de 150 atendimentos realizados pelo setor, que abrangem também os pacientes psiquiátricos, pois o HMM possui ala psicossocial, localizada no núcleo Cidade Nova. Diante de cada situação, os encaminhamentos podem ser para uma Unidade Básica de Saúde (UBS), Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) e Ambulatório Especializado em Saúde Mental (Ament).
“Esse serviço é muito importante porque quando falamos de adoecimento não tem como a gente tirar a questão das emoções porque o ambiente hospitalar é um local desconhecido, onde as pessoas não estão frequentemente. Então, quando chega no hospital é um local em que a pessoa está longe da sua família, longe do seu emprego, longe de casa. É um local que às vezes gera medo porque muitas vezes a pessoa não sabe de que forma vai sair. Quando as pessoas descobrem que tem um serviço dentro da unidade elas se sentem acolhidas”, afirma a psicóloga.
O servidor do hospital também pode ter acesso ao serviço, seja por demanda espontânea ou por meio de palestras, escutas e rodas de conversa realizadas ao longo do ano a fim de acolher os profissionais.
“Eu vejo também que é tão necessário acolher o servidor, cuidar de quem cuida. Como o servidor vai cuidar do outro se ele não tiver cuidado consigo? Muitas vezes, eu passo pelos corredores, o servidor relata que precisa conversar comigo e ofereço esse tempo para eles. No atendimento, eu vejo o quanto é necessário, realmente, você pelo menos oferecer uma escuta ao servidor. Quando há necessidade, eu também os encaminho”, afirma.
Pacientes e servidores em movimento
Uma atividade importante implementada pela gestão do HMM foi a ginástica laboral, que contribui para a qualidade de vida do servidor. A iniciativa tem à frente a coordenadora de Fisioterapia do hospital, Miriam Ricardina Sá. As reuniões costumam atender em média dez servidores e ocorrem em espaços capazes de comportar as atividades realizadas.
“A gente percebeu a demanda em relação à segurança do trabalho, quanto a atestados, dor lombar, dificuldades, afastamentos. Então, visando ajudar o servidor, a gente criou essa questão da ginástica laboral. Eu costumo realizar às quartas-feiras no turno da manhã, que é o melhor horário. A gente faz alongamentos, exercícios, momento lúdico, para iniciar bem o serviço e tentar espairecer. A gente percebe o quanto isso influencia na vida do funcionário”, explica a coordenadora.
Durante o ano, também são realizadas ações com serviços como massagem, maquiagem e ventosaterapia para os servidores. Outra atividade que será retomada é a acupuntura.
Em relação aos pacientes, a equipe de nove fisioterapeutas do HMM atua na Unidade de Cuidados Especiais (UCE), nos dez leitos da Unidade de Terapia Intensiva (UTI), clínicas pediátrica, médica e cirúrgica.
Na Clínica Médica, onde a rotatividade é maior, são atendidos de 10 a 12 pacientes por dia e na Clínica Pediátrica, são de 10 a 14 crianças que recebem o serviço diariamente. A fisioterapia funciona todos os dias, das 7h às 19h. Aos finais de semana, fica concentrada nos setores de UTI e UCE, que possuem dez e cinco leitos, respectivamente.
A fisioterapeuta Miriam Sá destaca que, pela complexidade dos diferentes atendimentos realizados no HMM, o setor de Fisioterapia consegue atuar em diversas frentes, atendendo diferentes demandas. Na Clínica Médica, por exemplo, o trabalho é de terapia intensiva com pacientes entubados.
“A gente reabilita os pacientes que têm, por exemplo, um Acidente Vascular Encefálico, hidrocefalia, que estão acamados, que é mais o perfil da Clínica Médica. Atendemos a Pediatria que, com os casos de bronquiolite, a gente atua na parte respiratória. Na Clínica Cirúrgica, que é mais por parecer, são pacientes com algum tipo de fratura e não estão se locomovendo direito. O médico pede uma avaliação para analisar o que podemos oferecer. Então, trabalhamos todos os níveis da Fisioterapia no hospital: intensiva, respiratória, neurológica, cardiológica e a parte motora. O paciente chegou andando, ele tem que voltar andando para casa. A fisioterapia é o movimento. O que é o ser humano sem o movimento?”, conclui.
Texto: Ronaldo Palheta
Fotos: Wellen Cristina Oliveira sob supervisão de Karoline Bezerra