Saúde: Saiba como diferenciar os sintomas da meningite e de gripe
Responsável por mais de 250 mil mortes no mundo, segundo OMS, doença é prevenida por meio da imunização
Neste 24 de abril é o Dia Mundial de Combate a Meningite. A doença, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), é provocada pela inflamação das meninges, três membranas que envolvem e protegem o encéfalo, a medula espinhal e outras partes do sistema nervoso central, por meio das bactérias, vírus e fungos. A meningite é sendo responsável por cerca de 250 mil mortes no mundo todos os anos. Vale ressaltar que no Pará, segundo a Secretaria de Saúde do Estado, em 2023 foram registrados 341 casos de meningite. Só este anos, nos dois primeiros meses do anos, foram identificados 11 casos da doença, sendo três mortes.
A meningite, que dificulta o transporte de oxigênio, tem como sintomas mal-estar, náusea, vômito, fotofobia, confusão mental, febre, dor de cabeça, rigidez no pescoço, entre outros. “Durante esse processo, há uma inflamação enorme das meninges, né?! Então, há uma necessidade muito grande de identificar os primeiros sinais e ligar o alerta. Quais são os primeiros sinais que deve se identificar nas crianças, além das dores e vômito é a rigidez de nuca, rebaixamento do nível de consciência, a pessoa ficar confusa. Deve-se procurar auxílio médico urgente”, destaca a neurologista do Centro de Especialidades Integradas (CEI), Maria Joana Pinto.
Ela conta que atualmente há uma criança internada no Hospital Municipal de Marabá (HMM) por meningite. “Ela evoluiu super bem, porque a mãe identificou rápido e o tratamento começou cedo. Isso destaca a importância de identificar os alertas. Saber também que é uma doença contagiosa, por isso evitar aglomerações”, complementa.
Ela explica que a doença de ser transmitida pelo doente ou pelo portador através da fala, tosse, espirros e beijos, passando da garganta de uma pessoa para outra. Nem todos que adquirem o meningococo ficam doentes, pois o organismo se defende com os anticorpos que cria por meio do contato com essas mesmas bactérias, adquirindo, portanto, resistência à doença.
A doença que pode ser prevenida por meio de vacinação que está disponível para crianças e adolescentes, nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) do município durante todo ano. A primeira e a segunda doses do imunizante são disponibilizadas para os cinco primeiros meses de vida, sendo o reforço aplicado um ano depois. Há outra dose que deve ser aplicada na adolescência, entre os 11 e 14 anos, como explica a técnica a enfermagem Janaina Cristina.
“Temos disponíveis no município as vacinas Meningocócica C e a Meningocócica ACWY. As crianças de 6 meses a um ano são mais vulneráveis. Então, a vacina C é disponibilizada a primeira dose aos 3 meses e aos 5 e um reforço com um ano de idade. E a ACWY é disponibilizada para adolescentes de 11 a 14 anos. Orientamos os pais a trazerem seus filhos para vacinarem e evitarem essa patologia que pode ser mortal”, declara.
As crianças são as mais vulneráveis ao meningococo porque, geralmente, ainda não desenvolveram anticorpos para combater a doença, que pode ser viral ou bacteriana, como explica o enfermeiro da imunização, Lucas Duarte.
“A meningite viral é um pouco mais leve. Os sintomas se assemelham aos das gripes e resfriados. Uma vez que os exames tenham comprovado tratar-se de meningite viral, a conduta é esperar que o caso se resolva sozinho, com medicamentos para febre e dor para aliviar os sintomas”, comenta, destacando que nem todas as pessoas que possuam a doença desenvolvem os sintomas, esses são um sinal de que a infecção está se alastrando rapidamente pelo sangue e o risco de problemas aumenta muito. Nos bebês, a moleira fica elevada.
“Essas são tratadas com antibióticos e a administração deve começar o quanto antes. Por isso, deve ser procurar o tratamento com um médico especialista”, conclui.
Texto: Osvaldo Henriques
Fotos: Aline Nascimento