Saúde mental: Ament comemora três anos com atividades descontraídas para os pacientes
Os três anos do Ambulatório Especializado em Saúde Mental (Ament) do Hospital Municipal de Marabá (HMM) foram comemorados com uma programação especial. Os pacientes atendidos no local participaram de aulas de alongamento, dança, palestras, cantaram parabéns e ainda se deliciaram com um farto lanche servido ao final.
Como explica a assistente social Ana Lídia Palheta, o evento foi uma comemoração pelos três anos de implantação do serviço que visa atender pessoas com sofrimentos psíquicos moderados.
“Os transtornos moderados que estavam sem cobertura nesse município ganharam mais um punho dessa rede de atenção psicossocial. Estamos completando três anos desse serviço implantado com muito sucesso. Hoje em dia os pacientes não demoram mais de um ano para fazer uma consulta com especialista em saúde mental. E quanto mais essas pessoas estiverem em atendimento médico, medicamentoso e terapêutico, mais rápido eles vão superar o seu sofrimento psíquico”.
Marabá foi o primeiro município no Pará a implantar o serviço e hoje atende cerca de 2.200 pacientes com os mais diversos transtornos como depressão, Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), Transtorno Opositor Desafiador (TOD) e outros.
“Nós entendemos que cada um e todo mundo junto pode contribuir. Então, além do atendimento médico, medicamentoso, psicoterapêutico e individual, nós temos grupos terapêuticos. As pessoas entenderam que trabalhar em grupo também ajuda a superar os medos, as angústias, as ansiedades. Então aqui nós já temos o grupo de empoderamento feminino, do luto para ressignificar sofrimentos, o grupo terapêutico para pessoas idosas. Nós temos o grupo TV Globinho que trabalha com crianças e adolescentes, com autismo, o TOD, o TDAH. As mães também são atendidas”, enumera Ana Lídia.
Alessandra Sindeaux é psicóloga e atua há sete meses no Ament, fazendo atendimentos individuais e coletivos. Ela relata que o trabalho vai muito além do atendimento psicológico.
“Tentamos trazer para o paciente também todas essas outras variáveis, por exemplo, o exercício físico, o cuidado com a saúde mental, com alimentação, com as relações dele. Eu atendo os pacientes que são encaminhados pelos médicos, aqueles que precisam de psicoterapia e a gente trabalha muito essa questão do paciente se ver como uma pessoa ativa nesse processo de sofrimento dele. O paciente chega aqui muitas vezes deprimido ou ansioso, então tentamos caminhar junto com esse paciente para tirá-lo desse estado, para que ele possa perceber o que pode fazer dentro dessa situação, quais ferramentas ele pode ter para melhorar sua vida, para melhorar a saúde mental”, expõe.
A paciente Ana Lúcia Holanda, que trabalha como autônoma, conta que chegou na Ament por meio de uma amiga e que o atendimento realizado é muito importante para ela e para quem procura acolhimento e ajuda.
“Eu fui muito agraciada. A minha evolução foi muito importante em um momento difícil da minha vida. Já tinha passado por três psicólogos e na Ament eu fui acolhida no ponto principal, que foi a fala. Os profissionais daqui são ótimos, quero falar da Ana Lídia que é uma pessoa muito acolhedora e me deu a oportunidade de me expressar, colocar tudo que eu estava sentindo e a necessidade de acolhimento. Eu me superei muito”.
Ana Lúcia ainda faz um apelo: “Eu quero também aproveitar a oportunidade de pedir às autoridades que olhem mais com carinho, procurem esse órgão e procurem ajudá-los, porque é muito importante pra população”.
O trabalho do ambulatório ajudou o estudante Taylan Barbosa, de 16 anos, que tem TDAH, a superar suas dificuldades e entrar para o mundo dos esportes. Ele já ganhou várias medalhas em modalidades como salto a distância, corrida e arremesso de peso em competições do município e de Belém.
“O Ament me ajudou na minha atividade física e também na minha atividade psicológica. Ele me ajudou e muito na minha atividade psicológica. Tipo, nos casos de tristeza, depressão que existe, solidão, um monte de pessoas pode te acompanhar, te ajudar e até mesmo não só apenas te ajudam no exercício, mas também os professores te ajudam psicologicamente, ou seja, pode dizer qualquer coisa para eles que eles vão te ajudar de algum jeito”, pontua.
Texto: Fabiana Alves
Fotos: Wellen Cristina sob supervisão da repórter