Saúde: No Dia Internacional da Luta contra a Endometriose, conheça o atendimento realizado pelo Crismu
A endometriose é uma doença inflamatória crônica que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), afeta cerca de 10% das mulheres em idade reprodutiva. Por atingir principalmente a região pélvica, causa dores durante a relação sexual e a menstruação, ou até mesmo fora desse período. Além disso, também pode causar infertilidade e sangramento intestinal. Neste 7 de maio é celebrado o Dia Internacional da Luta contra a Endometriose.
Segundo o Ministério da Saúde, a inflamação é causada porque durante a menstruação, em vez de as células do tecido que envolve o útero serem expelidas, acabam fazendo o caminho inverso indo para os ovários e cavidade abdominal causando sangramentos e dor intensa.
“O diagnóstico é feito através da transvaginal simples ou com pesquisa para a endometriose. Outro exame é a ressonância pélvica, que temos pelo SUS, que é possível fazer também o diagnóstico”, explica a ginecologista Polyana Siqueira, do Centro de Referência Integrado à Saúde da Mulher de Marabá (Crismu).
A médica explica que o tratamento é feito com medicamento de uso contínuo para inibir a menstruação. Com a menopausa, os sintomas tendem a diminuir. Há casos em que o recomendado é uma intervenção cirúrgica e em outros, a retirada do útero e dos ovários. O objetivo dos tratamentos é proporcionar qualidade de vida às pacientes.
“Para as mulheres que sentem cólica e acham que é normal, não é normal. Que procure um ginecologista, que procure um médico para fazer um tratamento, fazer o diagnóstico desses sintomas. Procurar o ginecologista para ter uma melhora na qualidade de vida, que é possível ter através de medicação”, reitera a ginecologista.
O Crismu atende mulheres com suspeita da doença. O fluxo de atendimento ocorre por meio do encaminhamento das Unidades Básicas de Saúde (UBS) de mulheres que apresentam os sintomas.
“Na Atenção Básica, a paciente vai apresentar as queixas e o médico vai fazer os encaminhamentos para investigar melhor. Eles agendam lá e as pacientes vêm para o Crismu e fazem o atendimento com os ginecologistas. Eles solicitam os exames para conseguir fazer o diagnóstico da endometriose e as pacientes fazem os retornos até fechar o diagnóstico”, explica Nayane Aguiar, gerente do Crismu.
Com o acompanhamento, o médico e a paciente decidirão qual o melhor tratamento, seja por medicamentos ou intervenções cirúrgicas.
Serviços do Crismu
Além desse suporte para as pacientes com endometriose, o Centro também oferece ultrassom transvaginal, mamografia, ultrassom abdominal, ultrassom de mama, consultas ginecológicas, planejamento familiar, exame preventivo de colo de útero, implante de DIU, encaminhamento para laqueadura e vasectomia, além de acompanhamento com enfermeira, assistente social e psicólogo. O Centro possui também o laboratório de citopatologia onde são realizadas as leituras dos exames de preventivo, com laudos feitos por profissionais biomédicos e bioquímicos.
Durante o mês de abril, foram realizados 800 atendimentos ginecológicos no Crismu. Além disso, por mês, são cerca de 2 mil lâminas de exame preventivo analisadas no Laboratório de Citopatologia.
Texto: Ronaldo Palheta
Fotos: Paulo Sérgio