“Mais democracia, mais igualdade, mais conquista para todas” é o tema da 4ª Conferência Municipal de Marabá realizada nesta segunda-feira, 30, no Campus I da Unifesspa, na Folha 31. O encontro teve como objetivo fortalecer e ampliar as medidas do poder público voltadas para as mulheres do município, além de incentivar e garantir a participação efetiva feminina em diversos âmbitos políticos e sociais. A conferência é fruto de uma parceria entre o Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Mulher (Comdim) e a Coordenadoria Especial de Políticas Públicas para a Mulher da Secretaria Municipal de Assistência Social, Proteção e Assuntos Comunitários (Seaspac).

A secretária da Seaspac, Mônica Thompson, destaca a importância da mobilização coletiva realizada no evento, além de ressaltar que a conferência é uma oportunidade para ouvir a população e transformar as ideias em ações concretas.

“A conferência é uma oportunidade ímpar para avaliarmos o que o município já possui em termos de políticas voltadas às mulheres e também para pensar no que ainda pode ser construído, considerando as novas propostas e demandas vindas diretamente da população. Enquanto poder público, precisamos não apenas ouvir, mas transformar essas demandas em ações concretas, que não fiquem apenas no papel ou no campo das ideias”, completa.

A primeira-dama Lanuzia Lobo, esteve presente no evento representando o prefeito Toni Cunha e em seu discurso inicial ressaltou o comprometimento da gestão com as causas femininas. Lanuzia destaca que mesmo com apenas 6 meses de mandato, o Poder Executivo tem executado o máximo para apoiar iniciativas como essas. Por fim, a primeira-dama anunciou uma novidade importante para a política municipal de gênero.

“O prefeito Toni vai encaminhar à Câmara a proposta de criação da Secretaria da Mulher. É um passo importante para fortalecer as políticas públicas voltadas às mulheres da nossa cidade”, frisou.

Entidades com foco nos cuidados e na prevenção à violência contra a mulher estiveram presentes na conferência para contribuir com propostas concretas voltadas à garantia de direitos, à ampliação do acesso a serviços e ao fortalecimento das políticas públicas voltadas às mulheres de Marabá. A presidente do Instituto Instrelas, Heidiany Moreno, marcou presença na conferência representando a entidade que atua em Marabá no combate e prevenção à violência obstétrica e ressaltou a importância de se manter um diálogo contínuo com o poder público.

“Não se melhora um município sem política pública. Se não há conversa e construção coletiva, o município não avança. Apesar das diferenças políticas que possam existir, é preciso sentar, dialogar e pensar no que é melhor para a sociedade.”

Ela também elogiou a postura do atual gestor do Hospital Materno Infantil, doutor Fábio Farias, muito presente nas conversas, eventos e participa da construção desse diálogo com as entidades.

“Estamos aqui hoje para apresentar propostas que possam ser levadas à conferência estadual em Belém, como a criação de um Centro de Parto Normal e de um Comitê de Morte Materna, além de cursos de humanização para profissionais da rede de saúde”, declara.

Representando o Instituto Reviver e como membro do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, Jeania Sobral destaca a importância do diálogo proporcionado pela conferência e reforça a trajetória da entidade em Marabá.

“Há muito tempo o Reviver faz parte do Conselho da Mulher e a gente tem uma luta no Km-7, nas margens da ferrovia, com mulheres e meninas, tanto dentro quanto fora da escola, enfrentando a violência doméstica e riscos sociais que afetam a infância e a juventude. Tem muita pauta vencida que ainda não foi colocada em prática. Algumas conquistas vieram, outras ficaram pelo caminho. Mas acredito que vai avançar, sim”, relata.

A 4ª Conferência Municipal foi marcada por escuta ativa, troca de experiências e construção coletiva, reunindo representantes de entidades, lideranças políticas, movimentos sociais e comunidade em geral. As propostas discutidas seguem agora para a etapa estadual, com o compromisso de que vozes locais, como as de mães, lideranças comunitárias, profissionais da saúde e defensoras de direitos, continuem sendo ouvidas nas decisões que moldam o futuro das mulheres marabaenses.

Texto: Kauã Fhillipe
Fotos: Lúcio Silva e Rapharazzo