Hoje, 13, foi realizada Audiência Pública para tratar do Atendimento às Pessoas com Surdez na Educação, com o objetivo de discutir maior inserção e novas abordagens ao aluno surdo na rede municipal de ensino. A discussão ocorreu no Plenário Tiago Koch, na Câmara Municipal de Vereadores em Marabá.

A audiência contou com grande participação popular, em sua grande maioria, alunos surdos, seus familiares e amigos. A Secretaria Municipal de Educação (Semed) esteve representada pela professora Thais Mendes, Coordenadora do Departamento de Educação Especial.

“A gente sabe da importância da audiência pública para consolidar as políticas públicas, é onde a população civil vai ter voz ativa e participará das políticas públicas que serão implementadas. Hoje a Prefeitura, através da Semed, faz um trabalho para atendimento a essas pessoas. Temos bem consolidado o atendimento à pessoa com deficiência em Marabá. Marabá é referência no atendimento a pessoas com deficiência, mas ainda precisamos avançar em alguns pontos e a Secretaria vem estudando esses pontos que nós precisamos ainda avançar” enfatizou Thais Mendes. 

A audiência proposta pela vereadora Dra. Cristina Mutran tem o objetivo de alcançar ainda mais as pessoas com essa necessidade.

“Fazendo reuniões com determinadas entidades, fazendo pesquisas e conversando muito com a Michelle Matoso, coordenadora do CAES, vimos então a necessidade de fazermos essa audiência pública, para escutarmos, para dar voz a essas famílias de surdos, que necessitam de acompanhamento para seus filhos em uma sala de aula, para contar com a presença do intérprete de Libras”, pontua a parlamentar.

Alunos do Centro de Atendimento Especializado na área da surdez (CAES) compareceram integralmente ao evento para acompanhar as discussões e participar com propostas para avançar ainda mais no atendimento aos alunos e demais pessoas portadores de surdez.

“Hoje essa audiência é um marco para a comunidade surda, pois traz a promoção da inclusão e da acessibilidade desses alunos nas escolas públicas, com a importância do profissional intérprete de Libras. Para nós, como CAES e Semed, estamos muito felizes, pois sabemos que o trabalho desenvolvido no centro trouxe bastante visibilidade, avanços na educação, e hoje nós estamos vendo o resultado. O objetivo hoje não é somente a educação de todas as escolas, mas a acessibilidade de todos os alunos, a inclusão da pessoa surda em todos os ambientes”, analisa a professora Michelly Matoso, Coordenadora do CAES.

Atualmente são 47 pessoas que recebem o acompanhamento de especialistas do CAES como Fonoaudiólogo, Assistentes Sociais e Pedagogos. No espaço, os alunos têm aulas semanalmente com atenção humanizada e centrada nas necessidades das pessoas.

Professores da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa) participaram da Audiência Pública, acompanhando as discussões para adequarem-se às demandas dos alunos com surdez nos cursos de graduação e pós-graduações.

“A universidade também já está se adequando, temos tradutores intérpretes de línguas, tem políticas de ações afirmativas para o ingresso e para permanência de pessoas com deficiência, incluindo pessoas surdas. Hoje temos um número considerável de pessoas surdas no curso de Letras (Libras), bacharelado e licenciatura, que temos em convênio com a Universidade Federal de Santa Catarina e temos surdos também, no mestrado em Educação Inclusiva, e um aluno em Artes Visuais. E eles demandam a presença do tradutor intérprete de Libras”, explica Lucélia Cavalcante, vice-reitora da Unifesspa.

Texto: Victor Haôr
Fotos: Paulo Sérgio