Semed: Professores da rede municipal seguem com trabalho remoto na quarentena
A quarentena ainda não tem data certa para acabar. Enquanto isso medidas de prevenção à covid-19 vigoram pelo país, demandando a suspensão das aulas nas escolas, a rede de ensino municipal de Marabá permanece com educadores (da cidade e do campo) realizando planejamento remoto das atividades futuras, inclusive para que os alunos tenham conteúdo para desenvolver em suas casas, no contraturno, após o retorno às aulas.
Segundo o diretor de Ensino Urbano da Semed (Secretaria Municipal de Educação), Fábio Rogério Rodrigues Gomes, diante da necessidade e da importância de mobilizar professores e gestores para o ordenamento de atividades pedagógicas remotas, a Semed solicitou ao Conselho Municipal de Educação (CME) a regulamentação da proposta, a fim de garantir, mesmo diante da situação de pandemia da covid-19, o atendimento dos direitos e objetivos de aprendizagem dos estudantes previstos para cada etapa educacional.
Fábio destaca que as Diretorias de Ensino Urbano e do Campo realizaram um ciclo de reuniões online com formadores, diretores, professores e coordenadores pedagógicos para apresentar uma proposta de trabalho remoto aos docentes, que consiste na produção de planos de aulas e de atividades. As atividades serão realizadas pelos estudantes de forma não presencial (mediadas ou não pelas tecnologias), no contraturno, no retorno às aulas, com fundamento em Parecer do CNE (Conselho Nacional de Educação).
Valdirene Campos, diretora de Ensino do Campo, detalha que foi proposto e orientado aos professores que produzissem planos de aulas e propostas de atividades dos componentes curriculares a que são habilitados para ministrar aulas e os enviassem, com periodicidade diária, por e-mail, às equipes gestoras que, por sua vez, validam as referidas atividades pedagógicas, conforme orientações da Semed. Depois disso, essas atividades são inseridas em uma plataforma criada pela Secretaria de Educação especificamente para este fim.
A diretora Zildeli da Silva Oliveira Gonçalves, do Núcleo de Educação Infantil São Félix, no Bairro Belo Horizonte, reconhece que o trabalho remoto, a princípio, foi muito difícil. “Era uma ideia nova para nós. E, como todo ‘novo’ assusta, ficamos apreensivas. As professoras tinham muitas dúvidas, no começo, mas hoje, graças a Deus, e com o apoio da equipe da Semed, que esteve e está de prontidão para nos orientar sempre que precisamos, está indo muito bem. Nossas professoras estão trabalhando, preparando seus planos de aula e atividades conforme o planejamento. Esperamos que quando retornarmos às aulas, tenhamos apoio dos pais, pois iremos precisar da ajuda deles para que nosso trabalho tenha o objetivo esperado”, prevê.
Hila Zoé, diretora da Escola Acy Barros, na Agrópolis do Incra, onde há turmas do segundo segmento do Ensino Fundamental, também afirma que todos os professores estão trabalhando de forma remota na produção de conteúdos. “Conseguimos dialogar sobre a importância desse planejamento para o retorno escolar. Avalio que essa experiência seja um momento de muitas aprendizagens. Boa parte dos docentes não tinha familiaridade com as mídias e muito menos com essa nova forma de trabalho. Mas, aos poucos, estão melhorando sua prática tecnológica. Com certeza, essa vivência proporciona espaços para partilhar saberes e nos reinventar enquanto profissionais da educação”, pondera.
Cristina Arcanjo, diretora da Escola Martinho Mota da Silveira, na Nova Marabá, revela que todos os professores estão produzindo conteúdo nessa fase de planejamento domiciliar, exceto uma educadora que tem problema asmático e está se recuperando da covid-19.
Mag Concimayry Barreiros, diretora da Escola Basílio Miguel, com turmas do primeiro segmento do Ensino Fundamental, conta que todos os professores estão comprometidos com o planejamento e enviam as atividades propostas. “Elas estão sendo postadas na plataforma online que a Semed disponibilizou ainda no mês de março”, enfatiza.
Salma Gabriella, professora de Língua Portuguesa no CMRio (Colégio Militar Rio Tocantins), lembra que a profissão de professor, na sua essência, demanda planejamento das aulas diárias. Todavia, nunca havia preparado atividade para utilização dos alunos no contraturno. “Agora, estamos fazendo as duas coisas e elas precisam estar interligadas. Sempre organizei meu material com antecedência e não estou tendo nenhuma dificuldade de adaptação. Agora, tenho mais tempo de buscar metodologias para incentivar meus alunos”, disse.
A educadora revela que cada dia faz planejamento pensando em apenas um dia de aula, mesmo sem saber quando ele será aplicado em sala de aula e utilizado pelos alunos em suas casas. “Disponibilizo um turno do meu dia só para planejar. Prefiro fazer isso no período da tarde, porque, como estou em casa todo o dia e tendo algumas atividades domésticas, preciso de um período mais tranquilo para mim”, conta.
Texto: Ulisses Pompeu
Fotos: Arquivo Pessoal