Semel: Ginásio da Folha 16 recebe ex-técnico da seleção francesa de handebol para camping
A Secretaria Municipal de Esporte e Lazer de Marabá (Semel) e o Clube de Handebol de Marabá (Handmar) promoveram o Camping de Handebol, no Ginásio Poliesportivo Renato Veloso, na Folha 16 e contou com a participação de Jean Boleslaw Nita, ex-técnico da seleção francesa da modalidade e Ronaldo Cunha, representante da Escola Francesa de Handebol no Brasil. O camping aconteceu durante uma semana em agosto e teve a participação de atletas e treinadores da região e de outras partes do Brasil.
Nita compartilha sua experiência e técnicas de jogo com atletas e treinadores. Há 25 anos, o francês tem contato com o Brasil. Ele apresenta sua forma de trabalhar fazendo um diagnóstico de cada atleta pensando em treinamentos específicos para ressaltar o potencial de cada um.
“O esporte é uma escola de motricidade, movimento, aceitação e compreensão entre as pessoas, onde elas se envolvem. O esporte é algo que socialmente nos une, nos faz ficar juntos. É como se fosse uma orquestra, cada um com seu instrumento, segue a partitura e no esporte a gente faz a mesma coisa. É como se fosse uma partitura onde tem um ala, semi-ala, armador central, pivô e goleiro. Eles vão tocar juntos para fazer a festa. O treinador é um guia, ele que é o maestro, alguém que mostra o caminho”, afirma.
Mikaella Veríssimo, 13 anos, faz parte do projeto de handebol da Semel e teve contato com o esporte em uma partida na escola, quando procurou um lugar em que pudesse praticar. Ela fala sobre a experiência de aprender com Jean Nita.
“Está sendo uma oportunidade muito boa. A gente se sente muito grata por ele ter vindo dar essa oportunidade para nós, para ele ver o nosso tipo de jogo, a forma que jogamos, também dar a oportunidade de treinar a gente, dar mais dicas”, comenta.
Evelin Borges, 14 anos, também teve contato com o handebol por meio da escola. Depois de um tempo, entrou para o projeto da Semel em parceria com o Handmar. Ela também participou da mentoria com Jean Nita.
“Está sendo muito legal porque ao mesmo tempo que ele ensina, ele brinca e acho que fica muito melhor na hora do ensinamento porque ao mesmo tempo que ele brinca com a gente, ele ensina, ele pega pesado porque tem que ter disciplina no jogo. A gente está aqui para aprender, obviamente. Estou cada vez me apaixonando pelo handebol. Está sendo incrível. Eu estou amando mesmo”, celebra.
Atualmente, o projeto de handebol da Semel atende 90 crianças e adolescentes entre 12 e 17 anos, além de ter categoria adulta. O camping de handebol funcionou nos três turnos atendendo dezenas de atletas.
O professor da Semel Fredson Valente avalia a importância de levar grandes nomes da modalidade para compartilharem sua experiência com os alunos.
“Eu creio que quanto mais vivência nós, enquanto professores, mas os alunos também tiverem, será melhor para o desenvolvimento do esporte aqui em Marabá. É muito prazeroso proporcionar isso aos alunos aqui de Marabá, não só os atletas da Semel, de outras escolas”, observa.
Para Ronaldo Cunha, que também é auxiliar técnico da Seleção Brasileira Cadete Masculina, o handebol, assim como outras práticas esportivas ajuda a transformar vidas.
“Quando a gente vê presidente da federação, professores, alunos e uma secretaria ativa nesse trabalho, aí você vê trabalho porque não é só você que vai ter esse resultado. O resultado vem das famílias, da escola, do comportamento. Enquanto esse aluno está aqui com a gente não está fazendo besteira na rua. Você tem a bola e você vai escrever seu futuro com essa bola. Você pode não ser um grande jogador, mas você vai ser um grande homem porque o projeto é participativo, ativo e de tolerância”, ressalta.
Quem esteve no camping foi o presidente da Federação Paraense de Handebol, Evandro Viegas. Ele ressaltou que o evento atraiu professores do Tocantins, Maranhão e Minas Gerais e de cidades como Belém e Acará e atletas de Parauapebas, Jacundá e outros municípios vizinhos. Segundo ele, o esporte tem dado resultados: 28 atletas paraenses atualmente atuam na liga europeia e dois fazem parte da seleção brasileira em suas categorias.
“Olha, a importância da vinda do Jean e do Ronaldo para o Pará. Então, é importante demais, não só para o desenvolvimento da modalidade, mas também o desenvolvimento motor, cognitivo, social dessas crianças. O professor adquire um arcabouço imensurável de informações”, pontua.
Texto: Ronaldo Palheta
Fotos: Paulo Sérgio Santos