Saúde: Trotes ao SAMU ainda prejudicam serviço de atendimento de urgência e emergência
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) é solicitado por meio telefônico, pelo número 192, no entanto nem todas as solicitações são, de fato, verídicas, os chamados trotes, prejudicando o atendimento a quem de fato precisa do serviço, como, por exemplo, em acidentes de trânsito e domésticos que haja necessidade de primeiros socorros com urgência.
De acordo com dados da Central Regional de Regulação das Urgências na Região de Carajás (CRRU), nos primeiros cinco meses deste ano foram registradas 19.447 chamadas, sendo 1.865 chamadas enganosas, o equivalente a 9% do total. Chamadas que promovem o deslocamento da ambulância e equipe médica sem que eles possam encontrar o ponto indicado na ligação falsa.
No ano de 2021, das 51.852 chamadas, 18% foram trotes, o que representa quase um quinto das chamadas. No ano de 2022, o percentual de ligações falsas avançou para 19%. Em 2023, esse número caiu para 16% e em 2024 já está em 9%. A coordenadora do Central, Waltenice dos Santos Vieira, explica que, apesar dos elevados índices de trotes, as ligações falsas estão diminuindo graças ao trabalho de conscientização junto à população.
“E isso pra gente é uma grata alegria, porque significa que o trabalho realmente de sensibilização que a gente faz com o ‘Conhecendo o Samu’, que é uma palestra, vem apresentando resultados. Temos que explicar o funcionamento do serviço e o que a gente sempre fala, uma hora dessa você faz esse tipo de brincadeira sem graça, alguém da sua casa pode estar precisando e a gente vai sair para tentar atender o que é um trote”, alerta Waltenice Vieira.
Passar trotes ao SAMU é um crime estabelecido no artigo 266 do Código Penal Brasileiro, que prevê pena de um a seis meses de detenção.
Sobre o atendimento do SAMU
Criada em 2013, a Central Regional de Regulação das Urgências na Região de Carajás (CRRU) é responsável pelo atendimento do SAMU em 17 municípios da região, totalizando mais de 930 mil pessoas cobertas pelo serviço 24 horas por dia. Em Marabá, são cerca de 763 ocorrências atendidas por mês.
A equipe do SAMU conta 24h por dia com dois médicos reguladores e intervencionistas responsáveis por decidir quais equipes serão enviadas. Marabá conta com três bases do SAMU, sendo uma em Morada Nova e São Félix, uma na Nova Marabá, anexa ao Hospital Municipal e uma na Cidade Nova, ligada à Secretaria Municipal de Saúde.
Texto: Victor Haôr
Fotos: Arquivo Secom