Secult: Roda de conversa “Guardiãs da memória” destaca festejo do Divino Espírito Santo
Na oportunidade, alunos da Escola Judith Gomes Leitão aproveitaram para tirar suas dúvidas quanto aos temas
Em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, 8 de março, a Biblioteca Municipal “Orlando Lima Lobo”, por meio da Secult (Secretaria Municipal de Cultura), realizou na tarde desta quarta-feira (4), uma roda de conversa sobre a festividade do Divino Espírito Santo, considerada uma das mais antigas e difundidas práticas do catolicismo popular. A manifestação consiste no festejo da terceira pessoa da Santíssima Trindade, com banquetes, distribuição de comida e esmolas aos necessitados e ainda cantorias e novenas.
A roda de conversa foi encabeçada pela coordenadora Maria Lúcia Gomes Dias, do Divino Espírito Santo do bairro Santa Rosa. Ela foi a convidada escolhida, porque geralmente a coordenação da festividade do Divino Espírito Santo é liderada por homens. Alunos da Escola Judith Gomes Leitão foram convidados para assistir ao quadro intitulado “Guardiãs da Memória”, já típico da programação da Biblioteca.
Maria Lúcia afirma que assumiu a coordenação do Divino Espírito Santo há 32 anos. Antes, a coordenação pertencia aos sogros dela, portanto já registra a quarta geração. Em Marabá já dura 150 anos a festividade. Nessa manifestação do Divino Espírito Santo são realizadas as novenas e há celebração com missas, trata-se de uma extensão do catolicismo.
Maria Lúcia começou a roda de conversa lembrando da passagem bíblica de Lucas 1: 26-38, quando o anjo Gabriel visita Maria e faz o anúncio do concebimento de Jesus, por meio do Espírito Santo. “Nossa senhora foi inspirada pelo Espírito Santo de Deus, então nós temos aquela devoção fervorosa por Ele”, explicou ela, acrescentando que durante o mês de maio acontece os festejos do Divino Espírito Santo. O Festejo do Divino Espírito Santa do Bairro Santa Rosa é composto por 12 foliões simbolizando os 12 apóstolos. Na roda de conversa também teve oportunidade de discursar a filha de Lúcia, Maria Luiza que já está herdando o legado da mãe dela.
Alunos da Escola Judith Gomes Leitão assistiram atentos à roda de conversa. O estudante Gabriel da Silva Queiroz, de 13 anos, é católico e estava adorando o bate-papo. “Essa Festividade é para manter a tradição, mesmo as pessoas que não sabem o que é podem participar, para conhecer. A parte cultural, tudo que a gente faz pode trazer um pouco dos nossos ancestrais, relembrando nossas culturas. Eu acho muito legal essa manifestação. Está sendo ótimo e eu gosto muito de estudar as religiões”, expressou Gabriel.
Outra também que estava atenta à roda de conversa, Creusa Salame, de 79 anos, considerou interessante a roda de conversa sobre o Divino Espírito Santo. “Porque há muito tempo as pessoas se dedicavam às orações de um determinado santo. Aqui em Marabá acompanhei por algumas vezes essa reza do divino, no Bairro Santa Rosa. Sinto que congrega uma união entre os povos daquela comunidade”, destacou ela.
Texto: Emily Coelho
Fotos: Paulo Sérgio