Saúde: Central do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência ganhará ampliação
24 horas por dia, sem interrupção, durante o ano inteiro. Assim é o trabalho da Central de Regulação do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), em Marabá, que atua com quatro ambulâncias descentralizadas em três núcleos do município, das quais uma é a Unidade de Saúde Avançada. Ela é composta por um médico, um enfermeiro e um condutor socorrista. A equipe utiliza uma ambulância que possui todos os equipamentos de uma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) de um hospital.
As outras três ambulâncias são Unidades Básicas, acompanhadas por um condutor socorrista e um técnico em enfermagem. Além disso, há dois médicos reguladores que atuam direto da central e, caso haja necessidade e viabilidade, podem atuar nas ambulâncias. “Se necessário, um dos médicos pega a maleta de via área e tripula ambulância, transformando essa ambulância em uma UTI móvel, quando há a necessidade e viabilidade”, explica o coordenador do SAMU Ednaldo Pereira, esclarecendo também que grande parte do trabalho é realizado na própria central, através de orientação para pacientes.
“O serviço do SAMU não é só o envio de ambulância. O carro-chefe é a escuta do paciente ao telefone. O médico regulador atende o paciente ou solicitante e pode prescrever para o paciente, fazer orientação, orientar qual local específico pode procurar para o atendimento. Com a pandemia, tivemos um aumento sobre qual medicamento utilizar para covid, síndromes gripais. Por isso, o atendimento é sempre feito por um médico”, reitera.
Base São Félix
Em novembro de 2020, foi inaugurada uma base do SAMU no São Félix, a fim de agilizar o tempo de atendimento para os pacientes. “Trouxe grande melhoria na rapidez com que os pacientes são atendidos. Uma vez que a Base do SAMU fica muito distante do São Félix, tínhamos que deslocar a ambulância daqui da Cidade Nova ou do HMM. Isso fazia com que o atendimento tivesse uma demora maior. Hoje com o ponto lá. Diminuiu bastante o tempo de solicitação e agilizou o atendimento, ajudando a salvar vidas”, explica Ednaldo.
A central do SAMU fica localizada na entrada da Cidade Nova, onde permanecem duas ambulâncias. Uma outra fica na base do São Félix e uma quarta permanece no Hospital Municipal de Marabá (HMM). No entanto, elas podem atender demanda de qualquer local, de acordo com a necessidade.
Ampliação
A Central do SAMU será ampliada em breve. Já iniciaram as obras na estrutura do prédio da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e o prédio do SAMU, que hoje funciona como anexo, será reconstruído. “O prédio existe desde a fundação, com a reforma teremos um prédio específico, que irá dividir a parte que será a Secretaria e o SAMU. Vai ficar maior, ser feita adequação e ampliação”, explica Ednaldo.
Atendimentos
O número de atendimentos do SAMU cresceu com a pandemia. A média de atendimentos do SAMU era de 500 atendimentos por mês. “Transporte de pacientes teve um aumento grande, de pacientes entubados, graves, transporte de pacientes regulados dos hospitais para o aeroporto. Houve um aumento muito grande”, relata.
No entanto, não há dados específicos atualizados, devido à instabilidade no banco de dados do Sistema Único de Saúde, Ministério da Saúde, Governo Federal, que ocorreu em dezembro de 2021. “O sistema caiu em dezembro, tivemos um apagão a nível federal. O Ministério da Saúde não estava mais ofertando manutenção para o SUS/SAMU”, conta. A Prefeitura de Marabá já comprou o próprio sistema, que está sendo utilizado em fase de adaptação desde o final de janeiro.
Mesmo com a pandemia, as maiores ocorrências ainda são de acidentes de trânsito, principalmente de colisão ou queda de motocicletas e atropelamentos. “Acredito que uns 70% seriam casos de acidentes de motos. Em seguida vem atropelamentos tanto de pedestres como de ciclistas”, conta Edinaldo, ressaltando que em janeiro foi identificado um aumento muito grande no número de ocorrência em relação à idosos e crianças.
“Muitos pacientes idosos com casos de síndrome gripal, sem confirmação específica se era covid, mas pacientes com quadros atípicos, febre de 40º, convulsões. Nessa faixa extrema de idade, onde estão as crianças e idosos, foi grande o número de solicitação, houve um aumento perceptível”, completa.
Ligação
Quando você liga para o 192 quem atende é um médico regulador, que faz algumas perguntas para avaliar a situação, decidir qual ambulância e equipe mandar, bem como para qual local esse paciente deverá ser transportado.
Edinaldo conta que a população costuma ser muito ríspida com os profissionais e que precisam entender que esse protocolo é necessário para que o serviço seja prestado da melhor forma possível. “Por exemplo, em um acidente de moto. É preciso saber se estava de capacete, se tem sangramento, fratura. É na cabeça? Nos membros inferiores? Dependendo da cena e do trauma, o médico precisa decidir que perfil de equipe ele manda para o atendimento. Falta de ar, dor e qualquer quadro médico precisa desse acompanhamento já no momento da ligação e a população precisa ter esse conhecimento e paciência”, reforça.
Ele também destaca a importância da orientação dos pais com as crianças, que ainda praticam um número muito grande de trotes para o local. “Tem criança que liga seguidamente e é muito ruim para o serviço, às vezes desloca equipe e perde tempo com isso. O que é mais um motivo do médico perguntar também, para não enviar equipe em vão. Mas é importante que haja essa conscientização e seja feita essa educação. Estamos lidando com vidas”, destaca.
Serviço: Lembrando que para solicitar o atendimento do SAMU, o telefone é 192.
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Texto: Osvaldo Henriques
Fotos: Paulo Sérgio