Cultura: Rotina de ensaios do Grupo “Fogo no Rabo” segue em ritmo acelerado para o Festejo
Nosso principal objetivo é envolver a comunidade para que ela possa estar junto com a gente. E isso nos tornou muito forte
Junho chegou e com ele a expectativa para o 34º Festejo Junino de Marabá se espalha pela cidade. O festejo, realizado através da Secretaria de Cultura (Secult), ocorrerá somente no dia 22 a 29 de junho, mas já é comum ver quadrilhas ensaiando e se apresentando pelas ruas e escolas de Marabá. A quadrilha mais antiga da cidade, Fogo no Rabo, não seria diferente e já ensaia todos os dias para o evento.
Com 31 anos de Junina adulta e 29 anos de mirim, a Fogo no Rabo já ganhou 10 títulos municipais, 25 intermunicipais e 2 estaduais. Para fazer outro grande espetáculo em 2019 os ensaios estão acontecendo todos os dias de semana. No fim de semana a escola leva o nome de Marabá por outras cidades da região. Atualmente já são 3 viagens marcadas, para São João do Araguaia e Itupiranga, onde farão exibições, e Ipixuna aonde disputarão competições.
O coordenador da Fogo no Rabo, Ademar Gomes Dias, conta que a escola passa por problemas financeiros este ano devido a “empolgação” do ano passado, quando completaram 30 anos. “Ficamos com um debito alto por que nos empolgamos, por ser uma data especial. Então esse ano decidimos mudar o tema. Que é relacionado ao São João e a Junina. Ano que vem homenagearemos algumas pessoas que fizeram parte de um movimento importante para o Pará e para o Brasil inteiro”.
A questão social também é muito forte na Fogo no Rabo. A quadrilha infantil deles é composta hoje por 56 crianças, que compõem os 28 pares de dança. Todas filhas de pescadores, garis, empregadas e pessoas da comunidade. “Cobramos desempenho escolar. Cobramos os pais. Estamos sempre conversando. Nosso principal objetivo é envolver a comunidade para que ela possa estar junto com a gente. E isso nos tornou muito forte”, completa Ademar.
Emelly Ropkwyi, 13 anos, comenta sobre a importância da quadrilha em sua vida. “É o terceiro ano que irei dançar. Acho importante porque afasta a gente de coisas ruins, como droga e prostituição. Welkissiane Maria Mavigner, 13 anos, reforça o comentário da amiga. “Tio Ademar sempre fala para gente que quem não passar de ano não dança, que tem que ter notas boas. Sou aluna destaque da escola”.
A coordenadora da Fogo no Rabo infantil, Clarisse Dias, comenta que há uma grande expectativa para apresentação das crianças nesse ano. “ A expectativa é grande. Eles estão muito animados e curiosos. Temos crianças de 3 a 14 anos dançando este ano. Estamos trabalhando para fazer boas apresentações”. O tema infantil deste ano será uma Homenagem a Turma do Balão Mágico
A Quadrilha Junina Fogo no Rabo surgiu em 1988 com a união de dois grupos de jovens católicos da capela Nossa Senhora das Graças, do bairro Santa Rosa. No começo se chamavam Barca Furada. E tem como principal objetivo e lema “envolver crianças e adolescentes, jovens e adultos em atividades culturais e de lazer, possibilitando assim afasta-los das drogas, violência e marginalidade”, conclui Ademar Dias.
Texto: Osvaldo Henriques
Fotos: Paulo Sérgio