FCCM: Visitas virtuais e pesquisas são realizadas durante a quarentena
A Fundação Casa da Cultura de Marabá (FCCM) segue com os portões fechados ao público devido à pandemia do coronavírus, mas em meio ao isolamento social, estão sendo realizadas atividades como pesquisas, capacitação de líderes (coordenadores) e a continuidade da reorganização dos acervos.
Para quem tem interesse em conhecer o Museu Municipal de Marabá instalado nas dependências da Fundação basta acessar as redes sociais, a exemplo da página da FCCM no Facebook, onde a visita pode ser feita de forma virtual. Em um vídeo explicativo e informativo, de apenas 5 minutos, o internauta terá informações importantes sobre a preservação do patrimônio histórico de natureza material e imaterial das regiões Sul e Sudeste do Pará.
Marlon Prado, atual presidente da FCCM, explica que apesar das atividades abertas ao público e as aulas na sede e anexos estarem suspensas, a instituição não deixou de produzir. Estão mantidas algumas atividades em setores como Arqueologia, Espeleologia, Geologia, Botânica, Arquivo Histórico, Orquidário, Pinacoteca e Zoologia.
“Nós prestamos consultoria para a Vale em duas áreas, arqueológica e espeleológica. Quando às atividades de campo paralisadas, nós continuamos a produção em laboratório de produtos como elaboração de mapas, relatórios, análise de acervos arqueológicos das pesquisas, coletas, planejamento do retorno das pesquisas de campo dentre outras atividades. Os técnicos e pesquisadores, alguns trabalhando em escala, outros em casa, continuam dando sequência nas pesquisas”, afirma.
No Núcleo de Arqueologia, Etnologia e Educação Patrimonial é possível conhecer parte da história da região. De acordo com a FCCM, ao longo dos 35 anos de Fundação, já foi possível localizar mais de 300 sítios arqueológicos por estas bandas, sendo os primeiros descobertos na região conhecida como Espirito Santo, em Marabá.
Por outro lado, por meio do Núcleo de Geologia e do Núcleo de Espeleologia, a FCCM está executando também o Termo de Compromisso de Compensação Espeleológica Nº 1/2018 (TCCE) que diz respeito à Caracterização Espeleológica de unidades geológicas da Bacia do Amazonas, na região entre Altamira e Extremo Oeste do Estado do Amazonas, para avaliação do potencial Espeleológico daquela local.
Vale ressaltar que o Núcleo de Geologia tem um acervo com mais de 700 amostras de rochas, minerais, minérios, espeleotemas (nome genérico de todas as formações rochosas que ocorrem tipicamente no interior de cavernas como resultado da sedimentação e cristalização de minerais dissolvidos na água) e fósseis de peixes e registros fósseis de plantas. A maioria das amostras foi coletada na região.
Botânica
Em abril deste ano, o Herbário da Fundação Casa da Cultura de Marabá passou a ser disponibilizado ao mundo todo para troca de informações, informa Marlon Prado. É que com o apoio dos professores Dr. Bernado Tomchinky e da Mestra Marina Melo, ambos da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará – Unifesspa, o Herbário da FCCM foi cadastrado em dois sistemas nacionais de herbários. Um deles é a Rede Brasileira de Herbários (RBH), responsável por articular e fomentar o desenvolvimento dos herbários brasileiros e suas coleções associadas e auxiliares.
O outro sistema é o Index Herbariorum, do Jardim Botânico de Nova York, o qual fornece um diretório global de herbários e seu pessoal associado. Esse índice online pesquisável permite que os cientistas acessem rapidamente dados relacionados aos 3.400 locais, os quais 350 milhões de espécimes botânicos estão permanentemente registrados.
Marlon enfatiza ainda que o acervo do Herbário da FCCM é extremamente significativo para estudos científicos, pois realiza o inventário sistemático da biodiversidade brasileira, subsidiando estudos em diversas áreas do conhecimento. Ele inclui plantas secas, sementes, frutos, madeiras e resinas.
Atualmente, o Herbário contém 5140 amostras de exsicatas (plantas secas) distribuídas em 145 famílias e 653 gêneros. A carpoteca (arquivo de frutos) contém mais de 1000 amostras registradas, e a xiloteca (arquivo de madeira) mais de 105 amostras de madeira no banco de dados.
A família das Orquídeas está representada em 49% do acervo total, com as amostras distribuídas em 130 gêneros. As coletas têm procedência na Serra das Andorinhas, Serra dos Carajás, Marabá, São Geraldo, Paleocanal do Tocantins, Itupiranga, margens do Rio Itacaiunas, dentre outras 130 localidades distribuídas no sul e sudeste paraense.
O Núcleo de Botânica passou recentemente por informatização e reestruturação para melhor atender aos estudantes, professores, pesquisadores, técnicos, bem como o público em geral que possua interesse sobre a flora das regiões Sul e Sudeste do Pará, infraestrutura que se estende a todos os Núcleos de pesquisa da Casa.
Mais informações no site da FCCM
Veja fotos do Herbário:
Outras fotos de atividades:
Texto: Leydiane Silva
Fotos: Arquivo (FCCM)