Semma: Projeto Quelônios aumentou 53% o número de tracajás e tartarugas nascidos na região
Na última quinta-feira (12) foi realizada a soltura de dois mil animais. Neste ano, serão soltos 27 mil filhotes das duas espécies no Rio.
Durante o mês de fevereiro e março o Rio Tocantins ganha novos habitantes. Isso porque está sendo realizada a soltura dos filhotes de tracajás e tartarugas-da-amazônia do Projeto Quelônios do Tocantins, que visa realizar o manejo reprodutivo de quelônios aquáticos. A taxa de eclosão dos filhotes já subiu de 27% para 80% desde o reinício do projeto em 2017.
A Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Semma) dá auxilio à operação financiando os equipamentos, veículos, auxiliando na parte jurídica, através de fiscais e na parte educacional. A Guarda Municipal de Marabá (GMM) também dá auxílio através do seu Agrupamento Ambiental. Além disso, quatro agentes do Serviço de Saneamento Ambiental de Marabá (SSAM) atuam diariamente com a equipe na realização da soltura. O Instituto Guarda Ambiental Força Especial (IGAFE) também é um dos parceiros.
Nesse ano, serão soltos 27 mil filhotes das duas espécies no Rio. Somente nesta quinta-feira (12) foi realizada a soltura de dois mil animais. O engenheiro agrônomo da Unifesspa e coordenador de campo do Projeto Quelônios, Juscelino Bezerra da Silva, explica que eles aguardam que o rio suba para realizar a reinserção do bicho no seu habitat natural. “Isso aumenta a perspectiva de sobrevivência, pois aumenta a área deles, diminuindo o risco tanto para os predadores naturais quanto dos humanos, dado que há forte pressão de predação sobre ovos, filhotes e animais adultos”, ressalta.
Sobre a taxa de sobrevivência Juscelino explica que, de acordo com a literatura científica, ela costuma ser de 1% a 2%. “Nós pretendemos aumentar isso com adoção das técnicas desenvolvidas pela equipe do projeto. Contudo só teremos esta resposta após os primeiros filhotes soltos se tornarem adultos”, sublinha.
O projeto
O engenheiro agrônomo Juscelino nos conta que o Projeto Quelônios de Marabá começou em 2011, mas acabou sendo paralisado por falta de incentivo, mas foi retomado no início da atual gestão, em 2017. “O pessoal do Conselho Municipal do Meio Ambiente (Comam) nos procurou para saber por que estava parado, e através da Semma e outros órgãos, nos deu o aporte financeiro e logístico que precisávamos para retomar as atividades”, explica.
Desde seu início, em 2017, a quantidade de ninhos de tracajás, por exemplo, subiu de 385, para 1430 ninhos em 2019. “Cada ciclo têm mais filhotes, fazemos a marcação com intuito de realizar o estudo populacional, buscando a não extinção da espécie. Nesse 1° momento estamos focados na preservação”, comenta. Juscelino.
O recolhimento dos ovos é feito no período de junho a novembro. Até o momento da soltura os filhotes ficam em banheiras que simulam o habitat natural, incluindo a alimentação. “Damos ração apenas no fim para que desenvolvam mais gordura e tenham mais chances de sobrevivência”, conta. É realizada então a soltura técnica, levando os filhotes o mais próximo da área aonde foram desovados, em um espaço que haja bastante alimentação.
Educação
Com o apoio da Semma e do Comam são realizadas várias palestras e ações com os pescadores e comunidade ribeirinha tendo como objetivo educar a população sobre a importância da ação, para que não cace esses animais e se diminua a contaminação do rio com resíduos. “Precisamos olhar para o futuro, realizamos uma soltura pública sempre em fevereiro, tentamos fazer com que a comunidade participe das ações e se sinta parte dela. Mostrar que a preservação trás benefícios para todos, inclusive com turismo”, reitera.
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Texto: Osvaldo Henriques
Fotos: Paulo Sérgio