SMS: Banco de Leite Humano capta novas doadoras para suprir demanda
Em 2019, 1.980 bebês receberam leite humano coletado pelo BLH
O recém-nascido Josué Brito, logo nas primeiras horas que veio ao mundo, recebeu leite do BLH, no Materno Infantil. Ele é o terceiro filho da mamãe Samila Brito, de 22 anos, moradora da Vila Vitória, município de Nova Ipixuna. Ela agora é só alegria, pois aprendeu com a equipe técnica do Banco de Leite Humano a amamentar de forma correta.
“O meu filho ao nascer não queria mamar de jeito nenhum. A enfermeira me ensinou como amamentar e eu aprendi. Meu filho começou a mamar hoje de manhã [17/02], aí eu comecei a dar alimentação para ele, mas foi uma luta”, contou Samila, acrescentando que, devido a esse problema, no primeiro dia Josué precisou receber leite do BLH.
BLH
Desde que foi criado, em 2014, é credenciado à rede de bancos de leites, que funciona em cadeia de monitoramento (credenciamento). Segundo a a nutricionista Ligia Viana, coordenadora do BLH, todos os meses a produção do Banco de Leite de Marabá, bem como outras atividades desenvolvidas são repassadas a esse setor.
Em 2019, o BLH do Materno Infantil realizou 1.468 visitas domiciliares, teve 468 mulheres doadoras, 1.980 bebês atendidos com leite humano captados na instituição. Também foram coletados 194,8 litros de leite humano e ainda realizados 17.197 atendimentos individuais e 1.832 atendimentos em grupos que contabilizam palestras e outras atividades.
“Esse credenciamento tem nos dado desde 2014 certificados de qualidade. Desde 2018, seguimos sempre conquistando a premiação máxima, inicialmente era a premiação ouro e categoria A. Nosso Banco de Leite do Hospital Materno Infantil continua no padrão excelência, que a gente consegue todos os anos, estamos aguardando o resultado de 2019”, explicita Ligia Viana.
Interesse
A demanda do Banco de Leite é espontânea ou o leite é distribuído para os bebês de pacientes que se encontram internadas no HMI. “Nós fazemos a visita e observamos a mãe que amamenta o bebê dela, se ela tem excedente. Esse excedente é o que nós solicitamos de doação. Ela é orientada quanto ao bebê estar satisfeito, se mama corretamente, não feriu a mama dela, se o bebê está com a pega correta e se alimenta normalmente. A mãe que tiver esse excedente que nos procure porque é interesse para nós captarmos doadoras”, salienta.
Há empresas que participam de campanhas do Banco de Leite, buscando parcerias tanto com as doadoras quanto com a sociedade civil, empresários e instituições de ensino. Além de receber estagiários de universidades e escolas técnicas.
“Precisamos de um maior número de doadoras possíveis, porque necessitamos suprir a demanda de bebês que ultrapassam os seis meses”, solicitou, complementando que em épocas sazonais esse volume do leite diminui e o BLH atende somente bebês da UCI (Unidade de Cuidados Intensivos), o que preconiza a rede.
Contexto
De acordo Ligia Viana, o BLH funciona dentro de uma rede, sendo que o primeiro banco de leite começou na década de 1940 e em 1985 criou-se um projeto pela Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz) que se expandiu para todo Brasil, e hoje são 224 bancos de leite, além de alguns postos de coleta em outros países.
Conforme Ligia Viana, no BLH existe a divisão do parto normal e cesariana, sendo que no parto cesariana leva de dois a três dias para que a produção de leite materno tenha uma quantidade expressiva para suprir a demanda do bebê, por conta da produção dos hormônios. Já o parto normal, no momento em que a mãe entra em trabalho de parto, há uma preparação do organismo, inclusive na liberação de hormônios, sendo muito mais rápido.
“Principalmente as que são marinheiras de primeira viagem, com elas fazemos toda uma orientação, como por exemplo, colocar numa posição correta, para poder ter uma boa pega, orientamos em relação a algum tipo de dificuldade, mamilo invertido, algum bico plano, todo esse procedimento é feito com a equipe do Banco de Leite, para que essa mãe possa sair com segurança, e poder amamentar esse bebê exclusivamente até os seis meses como preconiza a Organização Mundial de Saúde”, detalhou a nutricionista.
Paralelo a isso, se a mãe voltar para casa, e ainda ficar dúvida em relação a técnica, o BLH a orienta novamente, para que ela se sinta segura e possa fazer o aleitamento materno exclusivo até os seis meses.
Serviço: As pessoas interessadas em ser doadora de leite materno ou de frascos de vidro para a doação (tipo de café solúvel) devem procurar o Hospital Materno Infantil ou ligar para (94) 3322-5751.
Texto: Emilly Coelho
Fotos: Paulo Sérgio dos Santos